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Vigilante denuncia “reação excessiva” dos inspetores do SEF sobre Ihor Homeniuk

Manuel Correia, vigilante nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) no aeroporto de Lisboa, afirmou em tribunal que não esperava “uma reação tão excessiva” por parte dos três inspetores acusados da morte de Ihor Homeniuk.

Contando que assistiu à interação entre os arguidos e Ihor Homeniuk, o vigilante testemunhou que viu um dos inspetores “pôr o pé na cabeça” do cidadão ucraniano, que estava “de barriga para baixo, com as mãos atrás das costas” e com “sangue na boca”.

Manuel Correia e um colega, Paulo Marcelo (que testemunhou antes), receberam ordens dos inspetores para deixarem o local, não comentando entre si o incidente.

“Acho que ficámos assim um bocado à toa. Não estávamos à espera daquela reação tão excessiva”, justificou-se

“O primeiro impacto foi um bocado assustador”, acrescentou o vigilante, garantindo que ouviu a vítima gritar “de dor”.

Questionado sobre as diferenças para o depoimento que prestou na Polícia Judiciária, Manuel Correia respondeu que tentou “passar despercebido”.

Em tribunal, os dois vigilantes acusaram-se mutualmente quanto a quem amarrou os pés da vítima com fita adesiva.

Os inspetores do SEF Duarte Laja, Bruno Sousa e Luís Silva estão acusados, em coautoria, de um crime de homicídio qualificado, cuja pena pode chegar a 25 anos de prisão. Silva e Laja respondem ainda por detenção de arma proibida.

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