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Vídeo: “Tivemos de alugar um camião refrigerado para pousar os corpos das vítimas”

Uma médica que trabalha nas urgências de um hospital de Elmhurst, em Nova Iorque, partilhou um registo assustador dos efeitos da pandemia de covid-19 nos EUA, que já é o país com maior número de infetados.

As imagens divulgadas por Colleen Smith através do jornal New York Times mostram uma realidade que muitos ainda preferem ignorar, mantendo os comportamentos de risco apesar dos insistentes avisos das autoridades de saúde.

Em Nova Iorque, como em muitos outros lugares afetados pela pandemia, faltam ventiladores e equipamento de proteção para os profissionais de saúde.

“O mais frustrante é termos feito tão pouco e tão tarde. Sabíamos o que vinha aí”, frisou a médica.

“Isto piora a cada dia. Hoje, tivemos de alugar um camião refrigerado para termos onde pousar os corpos dos pacientes que morreram”, revelou Colleen Smith.

As denúncias parecem estar a ‘cair em saco roto’. O principal responsável da rede hospital da cidade de Nova Iorque negou publicamente que os hospitais estejam a ficar sem ventiladores.

“Recebemos agora cinco ventiladores de um outro hospital. Foi o terceiro reabastecimento de urgência só esta semana. Se as pessoas não morrerem, para a semana vamos estar outra vez a pedir ventiladores”, desabafou a médica.

Se dúvidas restassem quanto à sobrecarga que a pandemia de covid-19 tem provocado aos serviços de saúde, Colleen Smith dissipou-as com números.

“Por norma, atendemos 200 pessoas por dia [nas urgências]. Agora, estamos a atender 400 ou mais”, revelou.

“A ansiedade é avassaladora. Nós, médicos, nem sequer nos conseguimos testar, mesmo que apresentemos sintomas. Estamos constantemente expostos e não temos equipamento de proteção. Eu ponho uma máscara de manhã, porque eu preciso de máscara para atender um paciente, e passo o dia sem a conseguir tirar”, desabafou esta médica.

“Isto é terrível. As pessoas estão a morrer e nós não temos os meios para tratar delas. É muito difícil”, concluiu Colleen Smith.

Veja o vídeo.

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