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Vídeo: SMS denuncia plano de praxe no Meco, dux desmente essa prática às autoridades

meco joao miguel gouveia 400Segundo João Gouveia, não houve praxe no Meco. Em declarações às autoridades, o sobrevivente manteve a primeira versão. A TVI entrevistou duas amigas de uma das seis vítimas (Joana Barroso) e uma delas mostrou um SMS onde Joana revela que iria ser praxada pelo “mamute”, numa alusão a Gouveia. Veja as imagens.

O dux João Miguel Gouveia, ouvido pelo procurador Moreira da Silva na qualidade de testemunha, manteve a primeira versão dos factos: não houve praxes no Meco, na noite em que os seis estudantes da Universidade Lusófona foram colhidos por uma onda.

O estudante foi interrogado nesta quarta-feira, num tribunal de Almada, e sustentou que as mortes resultaram de um acidente e que os seis estudantes foram arrastados pelo mar.

Segundo o Correio da Manhã, em declarações à Polícia Judiciária, o dux esclarece ainda que não obrigou nenhum dos colegas a entrar no mar, na noite de 14 de dezembro. No entanto, uma investigação da TVI apresenta uma realidade que não coincide com estas afirmações de João Miguel Gouveia.

Aquele canal ouviu duas amigas de Joana Barroso, uma das seis vítimas do Meco, que garantem que Joana sabia que iria ser praxada.

Alícia Ventura tem na sua posse um SMS que trocou com a sua amiga Joana, a 3 de dezembro de 2013, onde estão denunciados os alegados planos de praxe, marcados para o fim de semana de 13 e 14 de dezembro.

A vítima Joana Barroso terá revelado, nessa mensagem de telemóvel, no dia 3, que iria ser praxada pelo dux João Miguel Gouveia e por dois honoris duces.

Nesse SMS, Alícia pergunta a Joana se iria estar em Lisboa no fim de semana de 13 e 14 de dezembro. A resposta foi negativa, com a justificação de que iria ser praxada. “Que chique”, brincou Alícia. Eis a resposta de Joana: “De chique não tem nada sermos praxados pelo mamute e mais outros mamutes”. Alícia explica depois que “mamute” foi um apelido que foi dado a João Miguel Gouveia.

Esta amiga de Joana Barroso vai mais longe. “Ela sabia que iria haver alguém superior, para além do João [Gouveia] que os iria praxar. Ela sabia que havia mais gente no Meco”, diz Alícia Ventura.

Uma notícia da TVI divulgada hoje também aponta no mesmo sentido: os estudantes da Lusófona sabiam que iria haver um fim de semana de praxes.

“Dois SMS confirmam o fim de semana do conselho máximo das praxes. Estas testemunhas confirmam ainda que os pertences de Joana Barroso terão estado nas mãos de outras pessoas, antes de serem entregues à família. Terão estado na posse de elementos ligados à COPA, o Conselho Oficial de Praxe Académica, e de um cunhado de João Gouveia”, revela a TVI.

Por outro lado, outra aluna da Universidade Lusófona, Filipa Félix, também amiga de Joana Barroso, afirmou àquele canal o sentimento das alunas relativamente às praxes: “Eu e a Joana tínhamos um medo enorme de sermos praxadas. Isso é realidade. Chegarmos lá e depararmo-nos com aquelas coisas, eu recusei”.

“O que mais a chocou?”, pergunta a jornalista da TVI, Ana Leal. A resposta: “A forma como eles se dirigem às pessoas, com uma arrogância extrema, de poder chegar aos insultos. As praxes duras, de humilhação”.

Por seu turno, Alícia revela o sentimento de Joana relativamente às praxes e ao Conselho Oficial de Praxe Académica. “[Joana] Disse que estava tão farta do COPA que havia noites que chegava a casa e chorava a noite inteira por estar farta daquilo. Parte de mim tem medo. Eu não sei do que é que eles são capazes de fazer para proteger as regras deles. Para eles é quase como se fosse uma coisa sagrada”, afirmou.

Veja o vídeo:

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