A polícia da Argentina está em greve e a violência tomou conta das ruas. Para além das pilhagens, há registo de três vítimas mortais. Só na cidade de Córdoba, a segunda maior do país, são mais de 3000 os agentes que deixaram de garantir a ordem e a segurança.
O caos regressou à Argentina. Com a polícia de greve, a exigir melhores condições salariais, a violência tomou conta das ruas. Os tumultos e as pilhagens estão a ocorrer com maior frequência e intensidade e há, até ao momento, três mortes registadas, centenas de feridos e pelo menos 60 pessoas detidas.
Só em Córdoba, a segunda maior cidade do país, há mais de 3000 polícias em greve. Os agentes, que ganham cerca de 750 euros (um pouco acima do salário minimo da Argentina), exigem uma melhoria do quadro salarial para os 1500 euros. A luta por uma melhor remuneração intensificou-se a partir de setembro, quando um oficial e quatro agentes de Córdoba foram detidos por acusações de ligação com o tráfico de droga.
“Na polícia estadual, há uma metodologia criminosa”, denuncia o jornalista Tomás Méndez, com trabalhos publicados sobre a matéria: “o dinheiro ilegal surgia do narcotráfico, assim como da receptação de veículos, roubos e furtos. Agora, como os comandos superiores estão presos ou fora da instituição, já não há mais dinheiro disponível”.
Sem autoridade nas ruas, o governador de Córdoba apelou ao Governo para que resolva a situação com urgência. “Não houve uma explosão social, houve uma atuação de grupos de criminosos organizados que aproveitaram a ausência da polícia”,afirmou José Manuel de la Sota.