Jaulas de aço. A estrutura pensada pela indústria do entretenimento desportivo está a servir para treinar a maior força terrorista da atualidade. O Estado Islâmico, ou ISIS, obriga os jovens recrutas a combaterem dentro de jaulas de aço. São sete minutos de violência e tortura.

Não é novidade que o Estado Islâmico (ISIS, na sigla internacional) usa e abusa das redes sociais para divulgar vídeos de propaganda.

Ainda assim, o registo mais recente consegue surpreender, pelo menos no ‘mundo ocidental’.

Quem acompanha o entretenimento à base de desportos de combate, como as ligas de lutas marciais mistas e o wrestling, sabe bem o que é uma jaula de aço.

Sendo uma jaula, não há fuga possível: o combate só termina quando houver um vencedor e um derrotado.

Pois a ‘estrutura que mata carreiras’, como muitos fãs lhe chamam (devido às consequências dos impactos contra o aço), está a ser usada pelo ISIS para treinar os recrutas mais novos.

Num vídeo recentemente divulgado, com sete minutos de duração, vários rapazes combatem entre si, no interior de uma jaula de aço, sob o olhar vigilante e corretivo dos ‘seniores’, que estão armados.

Os treinos são intensivos. Enquanto as crianças fazem elevações, um dos instrutores vai-lhes batendo com uma barra de madeira.

O mesmo homem é visto, noutra cena, a caminhar sobre os estômagos dos recrutas, que estão deitados no chão.

Entre outros momentos, é bem visível uma técnica de desarmamento, com um dos meninos a retirar a pistola do outro e a apontá-lo na direção desse mesmo recruta.

Todo este treino faz parte do programa habitual do ISIS ao nível de propaganda, tentando cativar “os rebentos do califado” com a promessa de honras eternas para quem cometer atentados suicidas.

“Em todo o lado há mães que pensam que os filhos serão uma vergonha para o Reino Unido e que eles estariam melhores se fossem recrutados pelo ISIS. Este vídeo é uma glorificação doentia da brutalidade das crianças que serve como propaganda junto dos pais, embora também tenha as crianças como alvo”, comentou Anthony Glees, investigador no Centro de Segurança da Universidade de Buckingham.

Os serviços de inteligência de vários países estão já a tentar apurar a autenticidade do vídeo e a comprovar se o campo de treino, como se suspeita, está localizado no Iraque.

As imagens que se seguem são perturbadoras. Neste vídeo está um excerto de apenas 33 segundos.

https://www.youtube.com/watch?v=G4fV1l7Kwbg