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Vídeo: Nicolás Maduro filmado em restaurante de luxo

Numa altura em que a Venezuela atravessa uma grave crise, Nicolás Maduro viaja para a Turquia e é filmado num restaurante de luxo, ao lado do prestigiado chef Nusret Gökçe, conhecido por Salt Bae. Um detalhe agrava este ‘filme’: o Presidente venezuelano fuma um charuto e ri, indiferente à grave crise que deixa para trás, no seu país. Veja o vídeo.

Não é novidade. A Venezuela vive dias de tormenta, mergulhada numa crise financeira que começou com Hugo Chávez e que se agravou com o sucessor: Nicolás Maduro.

Trata-se da pior crise da história daquele país, com indicadores mais graves desde a Grande Depressão, nos EUA, ou desde a queda do Comunismo, na Rússia.

A economia cai, com o PIB em igual tendência, os preços sobem em percentagens inacreditáveis.

Fecham empresas, escasseiam produtos básicos e a população tem um único caminho: emigrar. Nove em cada 10 venezuelanos vivem na pobreza.

Entretanto, Nicolás Maduro viaja para a Turquia. Visita um requintado restaurante de um prestigiado chef. Fuma um charuto e ri… As reações não poderiam ser piores.

Veja as imagens, que se propagaram nas redes sociais.

https://playbuffer.com/watch_video.php?v=YO2O4NO5ADN9

Os utilizadores das redes sociais e a oposição venezuelana condenaram a atitude do Chefe de Estado num momento de crise económica e em que muitos venezuelanos têm dificuldades em encontrar e pagar produtos básicos.

A situação tem motivado denúncias de casos graves de desnutrição e obrigou mais de dois milhões de cidadãos a emigrarem.

“Isto é só uma vez na vida. Verdade?” diz o Presidente da Venezuela à sua mulher, Cília Flores, enquanto o famoso cozinheiro Nusret Gökçe, que também é conhecido como “Salt Bae”, corta pequenos pedaços de carne para ambos.

Nicolás Maduro aparece ainda a fumar um charuto “Havano”, extraído de um compartimento que tem o seu nome e recebe ainda uma t-shirt com a imagem do cozinheiro.

Os vídeos foram divulgados na segunda-feira pelo próprio “Salt Bae”, que horas mais tarde os eliminou, perante as críticas dos internautas, em castelhano e em inglês.

“Nos últimos 30 dias, 60 por cento dos venezuelanos não têm comido proteínas e, enquanto isso, Nicolás Maduro dá-se um banquete de carne no restaurante mais cardo do mundo. Enquanto ele desfruta da boa vida pelo mundo, a crise que ele nos trouxe agrava-se”, escreveu o deputado opositor Juan Andrés Mejias na sua conta do Twitter.

O deputado Juan Pablo Garcia denunciou que, “enquanto milhões de venezuelanos comem do lixo e fogem do país, devido à fome, estes degenerados desfrutam do dinheiro roubado ao património público”.

Por outro lado, o conhecido cantor venezuelano Nacho referiu-se ao assunto escrevendo “isto é uma zombaria da fome no meu país. Que grande vida vive o nosso pouco apreciado Nicolás (…) quão triste é o que a minha querida Venezuela tem de suportar”.

Entretanto, numa transmissão simultânea e obrigatória de rádio e televisão, Nicolás Maduro disse que quando regressava de uma visita à China foi convidado a visitar o centro histórico de Istambul e a almoçar com autoridades locais.

“Receberam-nos com os braços abertos e compartilhamos num restaurante famoso. A Nusret envio-lhe uma saudação. Ele atendeu-nos pessoalmente. Estivemos conversando, desfrutando com ele. É um homem muito simpático, muito alegre e várias vezes me disse que ama a Venezuela”, disse Nicolás Maduro.

Dados divulgados recentemente por várias universidades da Venezuela dão conta de que 61 por cento dos venezuelanos vivem, desde 2017, em pobreza extrema e que perderam mais de 10 quilogramas de peso.

Em finais de agosto, o Presidente Nicolás Maduro anunciou várias medidas económicas, nomeadamente uma reconversão monetária que eliminou cinco zeros ao bolívar forte e pôs em circulação o bolívar soberano.

Também desvalorizou mais de 98 por cento a moeda e, entre outras coisas, afixou preços máximos de venda de produtos como a carne.

Esta medida fez desaparecer a carne dos supermercados e talhos e tem originado queixas de que os preços de venda autorizados são inferiores aos pagos aos fornecedores.

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