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Vídeo: “Não alimentem os migrantes”, ordena a autarca de Calais

A presidente da Câmara de Calais, em França, proibiu as organizações humanitárias de distribuírem comida aos migrantes. A medida visa evitar a criação de uma nova ‘selva’.

Com os refugiados a provirem agora do Reino Unido, que encerrou o campo de Dunkirk (onde estariam mais de 3000 pessoas), a republicana (centro-direita) Natacha Bouchart teme que Calais volte a ter o gigantesco acampamento conhecido como ‘a selva’.

“Não é uma diretiva contra a distribuição de refeições, mas contra os ajuntamentos, porque esses perturbam a odem pública e colocam problemas de segurança e de resíduos”, salientou a autarca.

“Já sofremos demasiado”, acrescentou: “Tomei esta decisão para termos a certeza de que nenhum acampamento ou base é criado de forma permanente em Calais”.

O decreto municipal proíbe as organizações humanitárias de distribuírem comida nos espaços onde se encontrava ‘a selva’, que chegou a abrigar mais de 10.000 migrantes e que foi demolida em outubro do ano passado.

A medida está a ser imposta à força, denunciou o grupo humanitário Utopia56: ontem, polícias municipais dispararam gás lacriminoso contra os voluntários e contra os migrantes que se encontravam alinhados para receber a comida.

Natacha Bouchart garante que compreende a situação “do ponto de vista humanitário” e alegou que teve de agir com base na evolução a longo prazo.

Uma outra organização revelou que tem servido mais de mil refeições por dia “e não chegam”, pois todos os dias chegam novos migrantes.

“Querem que os refugiados sejam invisíveis e para isso dificultam mais do que nas zonas rurais. Como não podemos distribuir durante o dia vimos cá à noite, mas ainda assim tentam empurrar-nos para fora da vista”, acusou Renke Meuwese, da Refugee Community Kitchen.

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