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Vídeo: Meninos ficam em estado vegetativo durante a noite

Chamam-se Shoaib Ahmed e Abdul Rasheed, vivem no Paquistão e são conhecidos como “meninos solares”. Durante o dia, a atividade é normal, mas assim que o sol se põe o seu corpo fica paralisado. Estes dois irmãos de 9 e 13 anos de idade representam um verdadeiro mistério para a ciência.

O intrigante caso de dois irmãos paquistaneses cativa o interesse de 17 institutos internacionais, que analisam, sem encontrar respostas, o modo como Shoaib Ahmed e Abdul Rasheed reagem à presença e ausência do sol. A estrela maior é tão relevante nas suas vidas que receberam o título de “meninos solares”.

O dia acorda e Shoaib e Abdul acordam com ele. Vivem sem limitações, são duas crianças normais. Mas logo que o sol se põe a realidade muda, totalmente. Os dois irmãos paquistaneses ficam inertes, em estado vegetativo, não se movem, não falam.

Parecem morrer com a noite e nascer de novo, todos os dias, num intrigante caso que a medicina não consegue explicar. O caso deixou de estar circunscrito ao Paquistão e a história correu mundo.

Estão envolvidos dezenas de médicos, de diversos institutos internacionais, que procuram uma resposta para a estranha condição destes dois irmãos paquistaneses.

Shoaib Ahmed e Abdul Rasheed foram batizados de “meninos solares” pelos vizinhos, uma vez que o seu corpo só funciona quando há luz solar e dependem dela para viver. Moram numa comunidade pobre do Paquistão, nua aldeia próxima da cidade de Quetta.

Com o cair da noite, chegam as dificuldades de locomoção, que começam nas extremidades do corpo e se alastram. Não reagem a estímulos e perdem grande parte das funções vitais, num aparente estado vegetativo.

Os médicos procuram respostas, sem sucesso. Em declarações à Associated Press, o investigador em medicina Javed Akram, no Instituto Paquistanês de Ciências Médicas, revela que tomou conhecimento da história e encarou-o como “um desafio”, uma vez que não havia registo de outro caso semelhante.

O investigador revela que reuniu uma equipa de especialistas e que estão em curso “testes para determinar por que motivo os rapazes só estão ativos durante o dia, mas não conseguem abrir os olhos, falar ou comer quando o sol se põe”.

Os irmãos são assim desde que nasceram, mas os pais nunca procuraram ajuda. Os vizinhos conheciam o caso dos ‘meninos solares’, mas a história ficou circunscrita ao povoado.

Até que se disseminou e chegou às autoridades de saúde paquistanesas, que deram início a uma investigação, na capital Islamabad, suportando os custos.

Os pais de Shoaib Ahmed e Abdul Rasheed são primos, mas esse detalhe não é razão suficiente para solucionar o mistério, já que tiveram outros quatro filhos (duas meninas saudáveis e mais dois rapazes que morreram, mas não apresentavam este problema).

Mohamed Hashim, pais dos menores, encontra um motivo que, em tese, faria sentido. Eles recebem energia do sol e precisam dela para viver”, diz, à Associated Press.

O problema é que esta teoria contrasta com a essência humana e, repita-se, não há na história da medicina o registo de um ser humano que fique vegetativo durante a noite e acorde de forma normal logo de manhã.

E por isso os investigadores que analisam a condição de Shoaib e Abdul já rejeitaram essa teoria. E os médicos colocam de parte a relação entre a luz solar e a capacidade física dos dois irmãos.

Para os médicos, os testes realizados, com privação de luz solar durante o dia, provaram que eles não dependem do sol.

Na procura de respostas, os especialistas estão a proceder a todo o tipo de exames, desde o ADN ao sangue dos irmãos e familiares, passando pelas condições da aldeia e outros detalhes que possam dar respostas.

Foram realizadas centenas de testes que permitiram encontrar algumas respostas. Desde logo o facto de ao serem administrados neurotransmissores, há uma melhoria do estado de saúde de Shoaib Ahmed e Abdul Rasheed, durante a noite.

A agência EFE revela que estão a trabalhar neste mistério da medicina mais de 27 clínicos paquistaneses, que solicitaram apoio a 13 instituições internacionais, da Europa aos Estados Unidos.

Veja o vídeo.

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