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Vídeo: Implosão da torre 5 do Bairro do Aleixo

bairro_aleixo2Oito segundos bastaram para que a torre 5 do Bairro do Aleixo fosse implodida, numa operação bem sucedida, que decorreu de acordo com as perspetivas. Eram 11h55 quando se iniciou o processo de morte lenta do Aleixo. Veja as imagens da demolição.

A torre 5 do Baixo do Aleixo foi implodida ao final da manhã de hoje, no que representa um processo de transformação do bairro num condomínio de luxo. Numa operação delicada, cerca de 150 quilogramas de explosivos colocados em diferentes pisos provocaram a demolição do edifício.

Há cerca de 45 dias, deu-se início ao processo de demolição, com a retirada de janelas e caixilharias do edifício. A torre 5 ficou reduzida ao cimento, num cenário que provocou nostalgia aos moradores. Alguns não quiseram sequer olhar o processo de preparação da implosão, manifestando a dor que sentem ao ver o Bairro do Aleixo demolido por razões que se prendem com a sua excelente localização.

Vítima da especulação imobiliária e do elevado valor dos terrenos onde se situa, o Aleixo desce à terra para dar lugar a um condomínio de luxo. A degradação do bairro e a criminalidade – comuns a tantos outros espaços habitacionais do género, na cidade do Porto e não só – suscitaram o deflagrar dos engenhos explosivos que matam o Aleixo. A queda da torre 5 representou o primeiro de cinco capítulos de um fim que deixa mágoa.

Os 13 pisos quebraram em poucos segundos. Oito, apenas. Depois, caíram as lágrimas, mais devagar, e ergueu-se o pó, levantado do chão, a trespassar as fronteiras do perímetro de segurança. A demolição do bairro conhece assim o primeiro capítulo, que representa também o cumprimento de uma promessa eleitoral de Rui Rio, em 2009: demolir o Bairro do Aleixo.

No dia em que assinala o décimo ano à frente dos destinos da Câmara do Porto, Rui Rio, a bordo de um barco, viu cair a primeira torre, perante o protesto dos moradores, alguns dos quais com um passado ligado ao Aleixo e com o sentimento de dor, por uma ordem de despejo de razões dúbias.

Junto à marginal do rio Douro, onde se situa o Bairro do Aleixo, vão nascer cinco novos edifícios de oito andares, com 120 apartamentos. Os preços mais altos de algumas destas novas habitações situam-se perto dos 600 mil euros.

O negócio tem uma particularidade: 23 por cento do fundo imobiliário em que assenta o novo projeto é detido por Vítor Raposo, empresário que está a ser investigado em processos que envolvem o ex-deputado do PSD, Duarte Lima, e o seu filho, Pedro Lima.

A torre 5 caiu, perante a mágoa de quem deixa o seu lar. Nascerão novos lares, num bairro de luxo, que permitirá lucros gigantescos. Por outro lado, fecha-se o maior supermercado de droga da cidade do Porto.

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