https://www.youtube.com/watch?v=lNvCP9z7jxk Ahmed Samir Assem, fotógrafo de 26 anos, fazia um registo de vídeo no edifício da Guarda Republicana egípcia. O jovem captava diversos disparos do exército, até que um desses tiros o atinge fatalmente. O vídeo termina no momento em que Ahmed morre. As imagens serão usadas como prova de atropelo dos direitos humanos no Egito.

É o filme da própria morte, durante manifestações em frente à Guarda Republicana do Egito. Um soldado dispara diversos tiros, num momento que é captado em vídeo por Ahmed Samir Assem, fotógrafo de 26 anos do jornal ‘Al-Horia Wa Al-Adala’.

O episódio ocorreu no passado dia 30 de junho, quando centenas de pessoas acamparam nas imediações da Guarda Republicana egípcia, dando origem a confrontos que terminaram com 51 mortos, vítimas de disparos dos soldados do exército egípcio.

Um desses mortos foi precisamente o fotógrafo que captou provas de crimes. Ahmed estava a gravar a retaliação dos soldados perante um protesto e acabou por ser vítima dessa violência.

O registo da morte deste jovem fotógrafo vai agora servir de prova de atropelo dos direitos humanos, por parte da guarda egípcia. São cerca de 30 segundos, diversos disparos, sendo que o último que ficou gravado atinge fatalmente Ahmed Samir Assem, que também fazia parte do grupo de pessoas que estavam acampadas no local.

A descoberta da morte do fotógrafo deu-se quando um homem se deslocou à redação daquele jornal, transportando uma câmara coberta de sangue. Julgou-se, inicialmente, que um jornalista tinha sido ferido. No entanto, mais tarde, soube que Ahmed teria sido atingido mortalmente por um fraco-atirador, no momento em que registava o tiroteio dos soldados sobre os manifestantes.

Este é o único filme dos confrontos que envolvem a Guarda Republicana egípcia. E o filme da morte do jovem fotógrafo poderá ser uma prova irrefutável de uma atitude injustificada. A câmara com que Ahmed gravou o tiroteio vai ser guardada e as imagens remetidas às autoridades competentes.