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Vídeo: Filme sobre o Bairro do Aleixo estreia no Rivoli

bicicleta maria A curta-metragem ‘Bicicleta’ estreia amanhã, no Pequeno Auditório do Teatro Municipal Rivoli, às 22h00. Veja o trailer do filme realizado por Luís Vieira Campos.

Com argumento de Valter Hugo Mãe, ‘Bicicleta’, inspirado no filme ‘Ladri di biciclette’ (‘Ladrões de Bicicletas’, de 1948), de Vittorio De Sica, foi rodado integralmente no Bairro do Aleixo do Porto, com a participação dos seus habitantes.

Amanhã, a sessão será apresentada pelo sociólogo e professor universitário João Teixeira Lopes. No dia 30 de janeiro, a apresentação da segunda sessão ficará a cargo de Álvaro Domingues, geógrafo e professor universitário.

Depois das participações no 22.º Curtas Vila do Conde (Prémio TAP – Melhor Média – Metragem Nacional), no Arquiteturas Film Festival Lisboa (Best National Short Film – Fiction) e no 20.º Festival Caminhos do Cinema Português (Melhor Curta-Metragem e Melhor Atriz Secundária), ‘Bicicleta’, com duração de 48 minutos, inicia agora uma distribuição nacional através da rede alternativa de auditórios municipais e cineclubes.

Veja o trailer:

Sinopse

O Bairro do Aleixo, no Porto, é um lugar de mitos onde a sociedade tende a radicar problemas de sete cabeças. No entanto, para tantos que lá vivem, o bairro ergue-se como um lar, o lar de sempre, posto ali ao pé do rio, as vistas largas e generosas, sem maior sobressalto.

‘Bicicleta’ parte do conceito de vizinhança e de família, a sobrevivência definida por princípios de alteridade que, no cenário de um bairro tão mitificado, ocorrerá com a naturalidade inevitável ao ser humano.

É um filme sobre o lado popular da vida, essa partilha de um espaço que se vai imiscuindo no quotidiano de cada um, criando uma interdependência que propaga notícias e cria situações tanto dramáticas quanto divertidas.

António vê-se subitamente na sorte de ter um emprego pelo qual tanto procurou. Maria, a esposa, desconfiada dos azares, ajuda-o no que pode para que garanta aquele cargo e traga para casa um salário.

Entretanto, sustentam ainda a mãe de António, velha e doente que promete sucumbir, e Guilhermina, a filha do casal, que vive iludida com as brincadeiras de criança.

Contando com Blandina, a bruxa do prédio, a família vai-se desgraçando em crenças e má sorte que, acentuando o desfavorecimento laboral, resultam num crescendo trágico.

Gorete, a vizinha que faz negócio montando uma espécie de mercearia a partir da sua janela de cozinha, funciona como a última hipótese de financiamento para combater o cada vez mais inevitável desespero de António e dos seus.

Entre momentos mais difíceis e passagens de um divertido cruel, a história de António é montra para a realidade dos trabalhadores menos protegidos da pirâmide laboral.

É uma reflexão sobre o instinto de sobrevivência e a extrema defesa da dignidade que mostra ainda o Bairro do Aleixo como uma cidade vertical, vendo o interior das torres como ruas ao alto, onde a sorte dos cidadãos se resolve tão longe de um Portugal dito convencional.

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