Economia

Vídeo: A entrevista do dono da Padaria Portuguesa que se tornou viral

Uma entrevista de um dos donos da Padaria Portuguesa, em direto para a SIC, gerou grande polémica. Em causa, a descida da TSU. Mas este empresário teceu outras considerações que geraram indignação do jornalista Daniel Oliveira. Veja o vídeo, que se tornou viral, nas redes sociais.

A descida da Taxa Social Única (TSU) está na agenda política, com o Governo a pretender dar um incentivo às empresas, depois da subida do salário mínimo. A medida está a ser votada na Assembleia da República, nesta quarta-feira, com chumbo garantido, uma vez que o PS permanece sozinho, sem apoio do PSD, ou dos partidos de esquerda.

A SIC foi ouvir Nuno Carvalho, um dos proprietários da Padaria Portuguesa, para abordar aquele incentivo. Porém, o assunto não mereceu relevância no comentário, uma vez que a Padaria Portuguesa não terá benefícios com a descida da TSU.

Nuno Carvalho decidiu, então, centrar o seu comentário noutras questões, relacionadas com a legislação laboral. E o que defende este empresário?

“Flexibilização da contratação, do despedimento, do horário extra de trabalho”.

Segundo defende, “o horário de trabalho não deve estar fechado a 40 horas semanais só porque a lei o diz, que se tem de pagar horas-extra que penalizam as organizações”.

“Estaríamos interessados em medidas que nos resolvessem estes problemas e remunerar mais os trabalhadores. Devíamos discutir assuntos mais estratégicos e medidas como a redução da taxa de IRC”, salientou.

As palavras de Nuno Carvalho suscitaram indignação do jornalista Daniel Oliveira, que publicou um post que se tornou viral.

“Não me espanta que quem baseie o seu negócio nos salários baixos considere que a grande prioridade dos portugueses não é o aumento do salário mínimo (que só interessa aos políticos, claro), mas a liberalização dos despedimentos, o fim dos limites legais ao horário de trabalho e uma redução considerável do pagamento de horas extra, não penalizando as empresas que contratam menos trabalhadores do que aqueles que necessitam para funcionar. Um País desigual é isto: cada um vive na sua bolha e, quando fala para a televisão, julga que quem o está a ouvir partilha as suas prioridades”, criticou.

A publicação de Daniel Oliveira lançou a semente para a polémica discussão entre empregadores e trabalhadores, ou entre visões de esquerda e direita.

“Você, provavelmente, nunca empregou ninguém e não sabe a quantidade de postos de trabalho que não se criam devido à rigidez da legislação laboral nem a quantidade de trabalhadores que não são devidamente compensados hoje para evitar custos amanhã”, salientou um utilizador do Facebook.

Daniel Oliveira respondeu: “Não percebo porque é que, depois de várias alterações laborais para facilitar o despedimento, isso nunca teve o efeito prometido na criação de emprego. Só o tornou mais precário”.

Veja o vídeo e, mais abaixo, o post de Daniel Oliveira:

Note-se que 25% da massa salarial implica uma percentagem absurda de trabalhadores (perdão, "colaboradores") com…

Publicado por Daniel Oliveira em Quarta-feira, 25 de Janeiro de 2017

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