Hoje, em Itália, viveu-se um “dia de luto para a democracia”, desabafou Sílvio Berlusconi, o ex-primeiro-ministro que foi expulso do Senado. “A magistratura comunista abriu o caminho à conquista do poder pela esquerda”, acusou.
Sílvio Berlusconi foi hoje expulso do Senado de Itália. A decisão tem por base a condenação do ex-primeiro-ministro por fraude fiscal no caso Mediaset e foi anunciada pelo presidente do Senado, Pietro Grasso, após a votação decisiva: “são, portanto, consideradas aprovadas as conclusões da Comissão Eleitoral defendendo a invalidação da eleição do senador Silvio Berlusconi”.
“É um dia amargo, um dia de luto”, reagiu Sílvio Berlusconi, em casa e dirigindo-se para os apoiantes que se concentravam: “hoje, olhando-vos olhos nos olhos, vejo que esta emoção não é apenas a minha, mas também é vossa. É um dia de luto para a lei, para o direito e para a democracia”.
“A magistratura comunista abriu o caminho à conquista do poder pela esquerda”, acusou ‘il Cavaliere’, referindo-se ao “golpe de Estado” de que foi vítima, citando os “57 processos” judiciais de que foi alvo: “nunca nenhum líder político sofreu uma perseguição tão grande como a que eu sofri”.
Apesar de expulso do Senado, o político que por três vezes liderou o Governo italiano recusou “retirar para um convento”. “Mesmo sem ser parlamentar é possível continuar a lutar pela nossa liberdade. Não me vou retirar para um convento, nós estamos aqui, vocês estão aqui e nós estaremos lá”, garantiu o líder do Forza Itália, o partido que ontem retirou o apoio parlamentar ao Governo de Enrico Letta.