Vídeo: Amnistia apresenta testemunhos para levar Kim Jong-un ao TPI

Os principais dirigentes da Coreia do Norte, incluindo Kim Jong-un, devem responder no Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade. A recomendação foi apresentada pela Amnistia Internacional, que justifica com um vídeo de testemunhos.

A Amnistia Internacional (AI) apresentou uma recomendação na Organização das Nações Unidas (ONU) para que os principais dirigentes da República Popular Democrática da Coreia (Coreia do Norte), incluindo o “líder supremo” Kim Jong-un, respondam perante um tribunal por crimes contra a humanidade.

Defendendo o julgamento dos principais dirigentes norte-coreanos no Tribunal Penal Internacional, a AI apresentou um relatório e um vídeo no qual várias testemunhas relatam alguns desses crimes: execuções públicas, fome como arma de extermínio, crianças que já nascem doentes, violações e raptos.

O relatório, composto por 372 páginas, compila um ano de investigações promovidas por especialistas da ONU, sendo reportadas diversas violações maciças dos direitos humanos na Coreia do Norte. Essas situações foram relatadas por várias testemunhas em audiências que decorreram em vários países, nomeadamente Coreia do Sul, Japão, Grã-Bretanha e Estados Unidos.

Esses testemunhos abordam as “violações sistemáticas, generalizadas e graves dos direitos humanos cometidos pela República Popular Democrática da Coreia”, como vem escrito no documento: “em muitos casos, as violações dos direitos humanos verificadas constituem crimes contra a humanidade”.

Michael Kirby, o principal responsável por esta investigação, salienta que “líder supremo”, Kim Jong-un, poderá ser responsabilizado pessoalmente por vários desses crimes contra a humanidade. O mesmo dirigente da ONU acrescenta que a Coreia do Norte recusou-se a colaborar com a investigação e foi célere a criticar os dados referidos pelo relatório.

Quatro dessas testemunhas ouvidas pela Comissão de Inquérito da ONU prestam ainda declarações num vídeo hoje divulgado pela AI. Todas essas quatro pessoas foram prisioneiras políticas na Coreia do Norte.

“Os prisioneiros caminham cerca de 14 quilómetros para chegar às zonas de trabalho”, conta uma delas, enquanto outra acrescenta que os norte-coreanos “comem o que encontram, como comida para cão ou ração para os animais”.

A ONU agendou a discussão do relatório, no Conselho de Direitos Humanos, para 17 de março, em Genebra.