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Vídeo: “A memória na Internet é f*****”. E Passos que o diga

Um vídeo com um título sugestivo – “A memória na Internet é f*****” – invadiu as redes sociais. É um excerto de uma entrevista de Passos Coelho ao Sol, onde o líder da coligação abordava um cenário “impossível” de coligação com o PS. Veja as imagens.

Como o leitor compreende, a palavra “fodida” fica mal em título e por isso optámos pelos simpáticos asteriscos. O vídeo que invadiu as redes sociais chama-se assim mesmo: “A memória na Internet é fodida”.

E a memória na internet é tramada porque as palavras ficam registadas e podem ser recuperadas, o que descredibiliza os políticos – e nenhum escapa imune a este tipo de contradições.

Saliente-se esta questão: neste caso, é Passos Coelho ‘apanhado’ na teia das suas ideias. Mas poderia ser António Costa, Catarina Martins, Paulo Portas, Jerónimo de Sousa ou qualquer líder de um partido.

Em entrevista ao Sol, num período em que as eleições se avizinhavam, Pedro Passos Coelho foi confrontado com a possibilidade de se coligar com o PS de António Costa. E o que disse então o primeiro-ministro? Precisamente isto:

“Eu creio sinceramente que o que vai estar em jogo nas próximas eleições é saber se damos maioria ao atual Governo, ou se damos maioria ao Partido Socialista. E eu espero que uma destas coisas aconteça. Espero evidentemente que este Governo possa ter uma maioria. Não me parece que haja no atual contexto nenhuma ideia de que um Governo juntando CDS, PSD e Partido Socialista pudesse funcionar”, afirma Passos

Passos Coelho reitera que só se compromete com uma vitória da coligação que estava a liderar. Mas insiste, quando confrontado com uma coligação envolvendo António Costa, caso a coligação não obtivesse maioria (o que se confirmou). Recordemos então as palavras do chefe da coligação:

“Isso que descreveu não tem nenhumas condições para funcionar. Porque o programa económico é divergente, o modelo económico é diferente, a forma como o Partido Socialista – e já vão em duas lideranças – vem colocando o problema político e económico mantém o mesmo perfil e não é conciliável com os objetivos que temos, quer com as regras europeias, quer com o que tem sido o esforço de modernização e de reforma estrutural da sociedade portuguesa”, afirmou, ipsis verbis, o líder do PSD.

A questão levanta-se de dois pontos de vista. Este cenário de impossibilidade de coligação com o PS foi entretanto levantado por Passos Coelho, que em plena noite eleitoral manifestou-se pronto para procurar junto do secretário-geral socialista um entendimento que permitisse formar uma maioria parlamentar.

Mas há mais. Na argumentação da maioria dos comentadores ligados ao PSD – Manuela Ferreira Leite, por exemplo, nesta quinta-feira à noite, na TVI24 – está um facto: alega-se que o eleitorado socialista foi enganado, porque nunca foi avisado para a possibilidade de o partido se coligar com Bloco e com CDU.

Ora, o eleitorado socialista soube, pelas palavras de Passos antes das eleições, que não poderia haver uma coligação com a PàF. E é essa coligação (que Passos considerava “impossível”) que é agora colocada em cima da mesa como condição para uma prova de seriedade de António Costa.

É caso para dizer que, na Internet, a memória é mesmo… tramada. Um palavrão repetido no mesmo texto também ficaria mal. Já a repetição de que Passos não é o único a ser apanhado pelas suas próprias palavras deve ser feita. Não há políticos inocentes, nesta matéria.

Veja o vídeo.

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