Os artistas Alexandre Farto (Vhils) e André Saraiva (Mr.A) estão entre os mais de 150 artistas de todo o mundo que participam na exposição “Beyond the Streets”, que é inaugurada na sexta-feira, em Nova Iorque.
“Beyond the Streets” (“Além das Ruas”, em português), de acordo com informação disponível no ‘site’ oficial da mostra, “explora a urgência coletiva de usar a rua como tela”. A organização recorda que “há muito que as pessoas usam as ruas para partilharem um nome, uma frase, uma imagem ou uma causa com o mundo à sua volta, para forçar um discurso público”.
“As ruas funcionam como o palco público simbolicamente importante que é tanto local como universal, a base para protestos públicos e ações anónimas e, embora o assunto varie e os meios sejam muitos, é na esfera pública que as mensagens encontram um lar”, lê-se no ‘site’.
Na exposição será possível ver-se trabalhos de mais de 150 artistas de todo o mundo, entre os quais, além do português Alexandre Farto (Vhils) e do lusodescendente André Saraiva (Mr.A), se encontram o australiano Anthony Lister, o argentino Felipe Pantone, o coletivo norte-americano Guerrilla Girls, o francês Invader, o japonês Takashi Murakami, os alemães 1UP Crew e os norte-americanos Kenny Scharf, Jean-Michel Basquiat, Keith Haring, Shepard Fairey.
Com curadoria do historiador de ‘graffiti’ e antropólogo urbano Roger Gastman, a mostra, que inclui também performances, palestras e exibição de filmes, irá ocupar dois pisos de um edifício no bairro de Brooklyn, num espaço com cerca de 9.200 metros quadrados.
“Beyond the Streets” poderá ser visitada até agosto.
Nascido em 1987, Alexandre Farto cresceu no Seixal, onde começou por pintar paredes e comboios com ‘graffiti’, aos 13 anos, antes de rumar a Londres, para estudar Belas Artes, na Central Saint Martins. Captou a atenção a ‘escavar’ muros com retratos, um trabalho que tem sido reconhecido a nível nacional e internacional, e que já levou o artista a vários cantos do mundo.
Além de várias criações em Portugal, Alexandre Farto tem trabalhos em países e territórios como a Tailândia, Malásia, Hong Kong, Itália, Estados Unidos, Ucrânia e Brasil.
Em 2014, inaugurou a sua primeira grande exposição numa instituição nacional, o Museu da Eletricidade, em Lisboa: “Dissecação/Dissection” atraiu mais de 65 mil visitantes em três meses.
Em 2015, o trabalho de Vhils também chegou ao espaço, através da Estação Espacial Internacional, no âmbito do filme “O Sentido da Vida”, do realizador Miguel Gonçalves Mendes.
Em 2010, com a francesa Pauline Foessel, fundou a plataforma cultural Underdogs, que se divide entre arte pública, com pinturas nas paredes da cidade, exposições dentro de portas, no n.º 56 da rua Fernando Palha, em Lisboa, um antigo armazém recuperado e transformado em galeria, e a produção de edições artísticas originais.
Filho de portugueses, nascido na Suécia em 1971, André Saraiva começou fazer ‘graffiti’ em 1985. Foi, porém, na década de 1990, que criou “Monsieur A” (Mr.A), uma personagem de cabeça redonda, olhos em X, com uns traços a fazerem de pernas e um sorriso rasgado, com a qual se tornaria conhecido, e que espalhou em paredes de cidades de todo o mundo.
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