A Vencer Autismo, uma organização não governamental sem fins lucrativos para Pessoas com Deficiência (ONG-PD) que tem como missão combater o estigma do autismo, recorreu à GoParity, a plataforma para investimentos sustentáveis em crowdlending, para obter um financiamento de 25 mil euros. Com os fundos angariados em menos de dois dias, a organização vai estender a sua atividade ao Brasil. Será este o futuro do financiamento para as empresas da economia social?
A sustentabilidade financeira das entidades da Economia Social sem fins lucrativos assenta em modelos de trabalho voluntário, doações, subvenções, benefícios fiscais e linhas de financiamento governamentais, o que condiciona muitas vezes o crescimento destas organizações, a captação de talento, a atratividade do setor, a competitividade e a capacidade de resolução dos desafios sociais a que se propõem resolver.
Para a prossecução da sua missão, a Vencer Autismo optou por apostar num modelo inovador e desburocratizado de financiamento para estas organizações – o crowdlending, ou seja, uma campanha de financiamento colaborativo por empréstimo onde, com recurso à sua comunidade e à comunidade de mais de 10 mil investidores da plataforma GoParity. Cabe à ONG devolver o empréstimo, com juros, no período estipulado.
“Na Vencer Autismo estamos a testar um modelo de financiamento diferente para expandir o nosso alcance para o Brasil. Fomos surpreendidos quando em menos de 36 horas conseguimos angariar 25 mil euros na GoParity. A rapidez e desburocratização dos processos em nada são comparáveis à banca, a prova de que o poder está nas pessoas – a quem recorremos para o financiamento – para maior impacto.” refere Joe Santos, cofundador da Vencer Autismo.
Qualquer pessoa, desde que maior de idade, pode pertencer à comunidade da GoParity e investir a partir dos cinco euros. A campanha da Vencer Autismo permitiu a angariação de 25 mil euros em menos de 2 dias para a replicação e promoção do modelo da ONG no Brasil, bem como para a adaptação dos conteúdos de formação à realidade local. Caso o modelo se prove sustentável no país, a Vencer Autismo irá replicá-lo noutros países, alargando o seu impacto a mais geografias.
Nesta campanha, o juro foi bonificado quando comparado com outros projetos disponíveis na plataforma, estando fixado nos 3%, precisamente pelo carácter não lucrativo da organização e pelo forte impacto social. A Vencer Autismo, enquanto entidade sem fins lucrativos, é sustentável financeiramente através dos donativos que recebe e do seu modelo de negócio que consiste em verbas adquiridas através de palestras, workshops, masterclasses e mentoria, que promovem a partilha de técnicas e estratégias específicas, que desenvolve.
Esta é, para a GoParity, a primeira campanha de financiamento a uma ONG-PD. Nuno Brito Jorge, CEO da GoParity mostra-se confiante com esta nova aposta: “A Economia Social, não obstante prestar um valiosíssimo serviço à sociedade, não pode deixar de apostar na sua profissionalização e sustentabilidade. Procurar novos modelos de negócio, não ter problemas em falar de lucro (seja ou não para reinvestir na sua própria atividade) e para isso pode também recorrer a modelos de financiamento alternativo, que ajudem a escalar a sua atividade e exponenciar o seu impacto. Estamos muito convencidos que existe um papel cada vez maior a desempenhar pela GoParity neste setor e vamos trabalhá-lo adequadamente para dar acesso a financiamento em condições justas e transparentes.”
Em quatro anos, a GoParity já financiou mais de 80 projetos de impacto social e ambiental em cinco milhões de euros. Este é o 16º projeto promovido por uma organização sem fins lucrativos (em áreas como a educação, agricultura e produção sustentável, desenvolvimento rural e sustentável, IPSS). Além disso, há quatro outros projetos em que o promotor não é uma organização sem fins lucrativos, mas o beneficiário sim (ex. Projetos de energia solar em IPSS e Associações que são promovidos pelo instalador).
Segundo a Conta Satélite da Economia Social (CASES), em 2016, a Economia Social – diga-se, o conjunto de atividades económico-sociais, que têm por finalidade prosseguir o interesse geral da sociedade -, era composta por 72 mil entidades (associações, cooperativas, fundações, misericórdias e mutualidades) e representou 3% do VAB (Valor Acrescentado Bruto) nacional, 5,3% do emprego total e 6,1% do emprego remunerado. Apesar do peso desta economia no país, as remunerações pagas pela Economia Social estão 15% abaixo da média das remunerações totais.
A Vencer Autismo tem como missão “reduzir o estigma do autismo, até ser compreendido e aceite por todos”
A Vencer Autismo atua na promoção da inclusão das pessoas com autismo, através do entendimento e redução do estigma a ele associado: até à data, mais de 55.000 pessoas assistiram aos eventos e palestras da Vencer Autismo, em mais de 60 cidades portuguesas. Só em 2020, em pleno ano pandémico, mais de 23.000 pessoas inscreveram-se nos diversos eventos – 98% das que assistiram, consideraram que a sua participação contribuiu muito para o seu entendimento acerca do Autismo. Atuando também na promoção da melhoria na qualidade de vida de crianças com autismo e dos seus cuidadores, questionados 6 meses depois dos workshops, 80% dos participantes afirmam que as crianças que acompanham estão consideravelmente melhores que antes da intervenção da Vencer Autismo.
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