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Vaticano mantém posição de “neutralidade positiva” na atual crise na Venezuela

O secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, afirmou hoje que o Vaticano mantém uma posição de “neutralidade positiva” na atual crise na Venezuela, após a autoproclamação do Presidente interino, Juan Guaidó.

“A atitude da Santa Sé é de neutralidade positiva, não é a atitude daqueles se sentam em frente à janela e observam de maneira quase indiferente. É a atitude de estar sobre as partes para superar o conflito”, indicou Parolin em declarações à televisão católica italiana TV2000.

“São as partes que devem movimentar-se neste momento, como aconteceu quando a Santa Sé aceitou fazer parte do diálogo”, acrescentou o número dois do Vaticano, referindo-se às declarações feitas pelo papa Francisco na viagem de regresso dos Emirados Árabes Unidos.

Nessa ocasião, Francisco admitiu a disponibilidade do Vaticano para avançar com uma eventual mediação para tentar solucionar a crise política venezuelana, mas realçou que tal processo precisa do acordo das duas partes.

“É como quando as pessoas vão ver um padre, havendo um problema entre marido e mulher. Se apenas vai um deles… o outro quer? São sempre precisas as duas partes. Essa é uma condição que os países devem ter em conta, antes de pedir a ajuda ou a presença de um salvador ou de um mediador”, explicou o Papa.

Tanto o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro – que enviou uma carta ao Papa Francisco – como Juan Guaidó solicitaram ajuda ao Papa para superar a crise no país.

O autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, apelou, na quinta-feira, ao Papa Francisco para o ajudar conseguir marcar eleições livres no país e terminar com “a usurpação” (de poder) por Nicolás Maduro.

“Peço a quem nos possa ajudar, como o Santo Padre, e a todas as diplomacias, para que possam colaborar a por fim à usurpação (de poder), para um Governo de transição que leve a eleições verdadeiramente livres”, afirmou Juan Guaidó, numa entrevista a um canal italiano de televisão.

O apelo de Guaidó surgiu dias depois de também o Presidente eleito, Nicolás Maduro, ter pedido a mediação do Papa no conflito político que se vive na Venezuela, numa carta enviada para o Vaticano.

“Eu disse-lhe que estou a serviço da causa de Cristo (…) e, nesse espírito, pedi a sua ajuda no processo de facilitação e de reforço do diálogo”, afirmou Nicolás Maduro.

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