Nas Notícias

Vasco Lourenço: Governo desenvolve estratégia “criminosa” de “empobrecer” Portugal

vasco lourencoCapitão de Abril Vasco Lourenço considera que o Governo desenvolve uma estratégia “criminosa” de “empobrecer” Portugal e os portugueses, de forma “intencional”. Em entrevista à agência Lusa, Vasco Lourenço manifesta o desejo de ver Portugal sair da União Europeia e do euro.

Vasco Lourenço concedeu uma entrevista à agência Lusa, onde abordou o cenário político e as medidas de austeridade, que vão “empobrecer” os portugueses. Para o ‘capitão de Abril’, que discorda das políticas do Governo, Passos Coelho e seus pares não são incompetentes. Pior: desenvolvem uma estratégia que tem como objetivo esse empobrecimento, no que Vasco Lourenço classifica de “criminoso”.

“É criminoso, na minha opinião. Não se trata de falta de competência, porque eu não quero acreditar que eles sejam tão estúpidos ao ponto de não perceberem que, assim, não atingimos a recuperação da mantendo o bem-estar população”, disse Vasco Lourenço, à Lusa.

O Governo está “ao serviço do capital”, e desenvolve uma política que assenta no princípio de “empobrecer o povo, provocar desemprego, criar a situação de terra queimada”, para depois tentar “plantar de novo”.

“Não considero o Governo nada patriótico. Estará ao serviço do capital financeiro internacional. Ao serviço do nosso país eu penso que não estão”, acrescenta Vasco Lourenço nesta entrevista àquela agência noticiosa.

De acordo com Vasco Lourenço, a política do Governo, que assenta numa “ideologia neoliberal”, vai conduzir o país para casos sociais “degradantes”, antevendo “um aumento dos suicídios, da emigração e a destruição do país”.

O Governo “está a vender ao desbarato e a retalho o país” e aproxima-se mais de uma ditadura do que de um regime democrático, fazendo vista grossa à Constituição e ao Tribunal Constitucional.

“Quando pegamos na Constituição e dizemos, como disse Miguel Relvas, que em momentos de crise a Constituição é um pormenor, quando o Tribunal Constitucional toma determinadas atitudes e o executivo não liga, quando se defende abertamente que se devia acabar com o Tribunal Constitucional, porque o Governo deve estar acima de tudo isso, são situações de ditadura e não Democracia”, acrescenta Vasco Lourenço.

Vasco Lourenço sustenta ainda que as boas notícias que o Governo transmite, como o aumento das exportações, assentam “no ouro comprado às pessoas e depois fundido e exportado”, realidade que o Governo tenta encobrir.

Neste quadro, está posta em causa a paz na Europa, porque um “ditador” – o capital financeiro – “está cego pelo lucro intensivo e imediato e não vê que está a matar a sua própria galinha dos ovos de ouro”.

O ‘capitão de Abril’ espera que as forças de segurança e as Forças Armadas “não aceitem ser instrumentos de repressão”, quando tiverem de lidar com um povo em revolta. “Provavelmente, os ditadorezinhos vão tentar impor a sua vontade”, diz.

Perante um cenário de “abismo”, Vasco Lourenço encontra uma solução: a retirada de Portugal da União Europeia e do euro, juntamente com outros países em situação económica semelhante, para que juntos possam encontrar o caminho certo.

“As dificuldades serão muito maiores se sairmos isolados. Mas, se os países que estão em dificuldades se unirem e concertarem a sua saída do euro, é capaz de ser muito melhor e dá-nos a possibilidade de darmos a volta por cima”, conclui Vasco Lourenço.

Recorde-se que Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril, lançou um desafio aos cidadãos, na celebração da revolução: “Vestirem a pele de espiões no xadrez político”.

Na defesa dos valores de Abril, Vasco Lourenço alertou os presentes para a “perda de confiança nos políticos”, um ‘perigo’ mais “pernicioso” do que o próprio défice, ou a dívida soberana.

As desigualdades sociais serão sempre a oposição ao 25 de abril e “porão em causa a unidade de Portugal”, dissera, então. As críticas do capitão sobem de tom.

Em destaque

Subir