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Vasco Brazão era fiador de casa subalugada ilegalmente a turistas, confirma Governo

O Ministério da Defesa confirmou hoje que o major Vasco Brazão, detido na sequência do caso de Tancos, era fiador de um apartamento do Estado arrendado pelo filho e subarrendado indevidamente a turistas, na Ajuda, Lisboa.

O Ministério da Defesa confirmou que o apartamento em causa foi arrendado a 01 de janeiro ao filho do major Vasco Brazão, que tem o mesmo nome, como avançou na terça-feira à noite a TSF. O titular tem o mesmo nome do pai, Vasco Brazão, é civil e arrendou a casa “para habitação própria” mas não vive no local.

A casa, num terceiro andar na rua da Aliança Operária, no bairro da Ajuda, surge anunciada na plataforma de alojamento temporário a turistas Airbnb com a fotografia do major Vasco Brazão, segundo uma imagem que circula na rede social Facebook, e confirmada pelo relatório de uma inspeção realizada no final do mês de setembro.

Questionado na terça-feira sobre as situações de subarrendamento a turistas de casas do Estado, noticiada na segunda-feira pelo Diário de Notícias, e ainda antes de receber os esclarecimentos do IASFA, o ministro da Defesa Nacional disse que há “uma orientação fortíssima deste Governo” para “o mais depressa possível se conhecer totalmente e com transparência quem são os utentes, quais são as condições em que beneficiam de algo que é importante, quais são os preços que pagam, quais são os seus rendimentos”.

Segundo os esclarecimentos dados ao Ministério da Defesa pelo IASFA, hoje divulgados, o contrato celebrado com o filho do major Vasco Brazão proíbe o subarrendamento pelo que, depois da denúncia, formalizada no passado dia 01 pelo titular do contrato, as chaves terão de ser entregues até ao fim do mês.

O Instituto está ainda a avaliar a situação para determinar, como prevê o contrato, uma possível indemnização pelo sucedido. No relatório da visita dos técnicos do IASFA ao apartamento, refere-se que, contactado o arrendatário, “o mesmo mostrou-se muito surpreendido, referindo que iria contactar o seu pai”, major Vasco Brazão.

Aos técnicos do IASFA, o major Vasco Brazão confirmou que o filho “não estava a par da situação porque não habita a fração” e que “de vez em quando tem alugado a casa a amigos estrangeiros”.

A visita do IASFA ao apartamento da Rua Aliança Operária foi realizada no final de setembro mas aquele instituto já tinha recebido uma queixa de moradores do prédio, militares, em maio passado, como noticiou o DN segunda-feira.

O ex-porta-voz da Polícia Judiciária Militar (PJM) está em prisão domiciliária no âmbito da Operação Húbris, que investiga a recuperação do material militar furtado em Tancos.

Segundo a documentação hoje divulgada à Lusa pelo Ministério da Defesa, o major Vasco Brazão arrendou, em nome próprio, ao IASFA uma casa no Bairro de Alvalade, em 2015, e concorreu ao arrendamento de uma segunda casa, na Av. De Roma, Lisboa, que estava a concurso por 750 euros mensais.

O major fez uma oferta no valor de 751,01 euros e ganhou o concurso mas o IASFA decidiu não lhe atribuir a habitação, na sequência das irregularidades detetadas em relação à casa da Rua Aliança Operária, da qual era o fiador no contrato de arrendamento.

Segundo o Ministério da Defesa, o IASFA não detetou até à data outras situações irregulares.

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