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“Vamos começar a terceira vaga sem ter abrandado a segunda”, avisa Rui Nogueira

O recorde de novos infetados, hoje batido, pode ser o sinal de que Portugal está a entrar na terceira vaga da pandemia de covid-19.

O alerta partiu do antigo presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Rui Nogueira, numa análise aos 10 027 novos casos de covid-19 reportados no boletim epidemiológico de hoje.

“Todos os casos que estamos a ter indicam-nos que estaremos no início de uma terceira vaga, o que é dramático. A ser o início de uma terceira vaga, com tantos doentes já positivos, quer dizer que vamos começar a terceira vaga sem ter abrandado a segunda”, afirmou.

A ideia pode ser corroborada já amanhã, pois “habitualmente às quintas-feiras os números são ainda piores”.

“A resposta à segunda vaga foi igual à da primeira quando tivemos quatro vezes mais casos. Esta estratégia da segunda vaga foi mais permissiva, no Natal foi mais permissiva ainda. É dramático se não conseguirmos uma estratégia diferente para a terceira vaga”, salientou Rui Nogueira, em declarações à Rádio Observador.

A confirmar-se a terceira vaga, as autoridades de saúde terão de privilegiar a proteção de todos os idosos, pois são uma minoria é que vive em lares.

“Temos 2,8 milhões de idosos, só 100 mil vivem em lares”, referiu o antigo presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar.

Rui Nogueira garantiu ainda que o sistema de saúde tem “capacidade de resposta” para a terceira vaga, mas… a custo das outras atividades.

“Com mais de 2000 casos num dia começamos a entrar no condicionamento de outras atividades. Há outros doentes que são muito preocupantes, como oncológicos, cardíacos e respiratórios”, finalizou.

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