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Valentim Loureiro “feliz” com absolvição no caso Quinta do Ambrósio

valentim_loureiroO presidente da Câmara de Gondomar foi absolvido do crime de burla qualificada no julgamento do caso Quinta do Ambrósio. O filho de Valentim Loureiro e o vice-presidente da autarquia acabaram condenados por branqueamento de capitais.

“Fico feliz por ser absolvido? Fico”, afirmou Valentim Loureiro, à saída do Tribunal de Gondomar, onde hoje decorreu o julgamento do negócio que envolveu os terrenos da Quinta do Ambrósio. O presidente da Câmara de Gondomar foi o único arguido a deixar o tribunal sem condenação, num julgamento que teve início em maio do ano passado.

O vice-presidente da autarquia gondomarense, José Luís Oliveira, também foi absolvido da acusação de burla qualificada, mas foi condenado a um ano de prisão por branqueamento de capitais. O mesmo crime por que foi condenado Jorge Loureiro (filho de Valentim Loureiro), a um ano e dez meses de prisão, e o fiscalista Laureano Gonçalves, este a um ano e dez meses de prisão. O advogado António Ramos Neves foi condenado também por branqueamento de capitais e igualmente por um ano e dez meses de prisão. Estes quatro estão com pena suspensa pelo período igual ao da condenação.

Em causa no processo estaria uma procuração irregovável que o fiscalista Laureano Gonçalves obteve para negociar os terrenos da quinta, em troca de 1,072 milhões de euros, pagos através de cheque duma sociedade ‘offshore’ constituída exclusivamente para este efeito. Ainda antes dos terrenos serem desafetados da Reserva Agrícola Nacional foram revendidos à Sociedade de Transportes da Cidade do Porto por quatro milhões de euros.

Valentim Loureiro confessou que “não esperava outra coisa” que não fosse a absolvição, tendo acusado uma das filhas da proprietária da quinta de “montar tudo isto” para evitar que a irmã beneficiasse com “a venda desse terreno”. Uma situação semelhante à ocorrida com outra propriedade da mesma família em Paredes, comparou o major.

O Ministério Público tentou também provar que o presidente e o ‘vice’ tentaram convencer a dona do terreno que o mesmo não seria desafetado da Reserva Agrícola Nacional, mas o tribunal não deu esta acusação como provada.

O autarca assegurou que a Câmara de Gondomar “não é nenhum local de negócios”, isto depois do juiz-presidente dizer que não lhe parecia “curial” que uma autarquia “sirva de agência de mediação imobiliária”. “É evidente que se você, ou algum colega, disser que quer falar comigo, chega lá e põe um assunto qualquer, eu sou obrigado a ouvi-lo”, comentou Valentim Loureiro com os jornalistas à porta do tribunal: “agora, eu não dei nenhum andamento, não entrei no negócio, não me tocou um centavo”.

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