Vale e Azevedo pode marcar presença no julgamento que prossegue hoje em Lisboa, no qual o ex-presidente do Benfica responde pela apropriação indevida de um valor de quatro milhões de euros, pertença do clube encarnado. Vale e Azevedo está detido.

João Vale e Azevedo, detido no Estabelecimento Prisional de Lisboa, poderá voltar a sentar-se no banco dos réus, no julgamento que prossegue nesta terça-feira, um dia depois da detenção.

O antigo presidente do Benfica responde pelos crimes de falsificação, branqueamento de capitais e peculato, neste julgamento que decorrerá no Campus da Justiça, na 3.ª Vara do Tribunal de Lisboa. Em causa está um alegado desvio de verbas do Benfica, que ronda os quatro milhões de euros.

Recorde-se que Vale e Azevedo referiu, quando ainda estava em Londres, que pretendia defender-se desta acusação presencialmente. Já em Portugal – hoje pernoitou no Estabelecimento Prisional de Lisboa – o antigo presidente do Benfica terá essa oportunidade.

O processo baseia-se nas transferências de diversos jogadores ingleses, que terão permitido a João Vale e Azevedo, segundo a acusação, uma alegada apropriação indevida de quatro milhões, que deveriam ter entrado nos cofres encarnados.

Na audiência desta terça-feira, serão chamados a depor diversos ex-dirigentes encarnados da direção de Vale, entre os quais António Sala e José Capristano.

Vale e Azevedo foi presidente do Benfica entre 1997 e 2000, num dos períodos mais negros da história financeira do clube encarnado. Uma das mais célebres expressões de Vale e Azevedo – “O Benfica pode acabar” – espelha o cenário com que o então presidente do clube da Luz teve de lidar.

O antigo presidente do Benfica tentará, agora, enquanto decorre o julgamento, pedir liberdade condicional, uma vez que já cumpriu cinco sextos da pena a que fora condenado, no âmbito dos processos Ovchinnikov/Euroárea, Dantas da Cunha e Ribafria, que totalizam, em cúmulo jurídico, 11 anos e meio de prisão.