Vacinas que custaram 22,5 milhões vão ser incineradas
Com medo da pandemia de gripe de 2009, Portugal criou uma reserva do antiviral Oseltamivir, a troco de 22,5 milhões de euros. O prazo das vacina esgotou-se e agora vão ser incineradas.
A diretora-geral da Saúde (DGS), Graça Freitas, lembrou que a constituição da reserva foi feita “como um seguro de saúde”, tendo sido usadas algumas doses (mas sem especificar quantas).
O prazo de validade do medicamento era de cinco anos, mas as “boas características” do Oseltamivir permitiram que a validade fosse estendida aos oito anos.
“Além do prazo oficial, quer a própria empresa, quer o Infarmed foram sempre verificando as condições daquele produto, que esteve mantido em condições ideais, do ponto de vista da temperatura, da humidade, do ponto de vista ambiental e físico”, frisou a responsável.
Para esta decisão também contribuiu a intenção de não lesar o Estado, acrescentou.
“A partir do momento em que se considerou que o produto já não tinha condições para ser usado com toda a segurança, procedeu-se a todos os mecanismos necessários, incluindo os financeiros, para inativar essa reserva”, salientou a DGS.
Graça Freitas esclareceu que “foram tomadas medidas” para a destruição do produto “em segurança, sem riscos para as populações e sem encargos financeiros extraordinários”.
A reserva começou a ser incinerada e, no final, “será lavrado entre as instituições envolvidas um auto para encerrar este procedimento”.
“Quando foi tomada a decisão de compra foi porque havia indícios” de uma eventual pandemia, lembrou ainda a DGS.
“A avaliação de risco é que vai determinar em que altura em que se acionam ou não reservas, quer de medicamentos, quer de vacinas”, complementou.