Método que monitoriza a vacinação contra a gripe revela que apenas 13,3 por cento dos profissionais de saúde recorreu a este método de imunização, na primeira semana. Segundo o Vacinómetro, a maioria dos vacinados é precisamente um dos grupos com menor risco – pessoas com idades entre 60 e 64 anos.
A Direção-Geral da Saúde recomendou, em 2011, fosse ministrada a vacina da gripe a pessoas com idades entre os 60 e 64 anos. Apesar de não ser um grupo de risco, certo é que faz parte da lista de prioritários. E é precisamente este grupo com maior percentagem de vacinação: 27,8 por cento, segundo o Vacinómetro.
Este mecanismo – criado pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia e pela Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral – permite analisar dados sobre o recurso à vacina da gripe.
E mostra também que os profissionais de saúde estão no extremo oposto. Apenas 13,3 por cento foram vacinados, desde o início do período de vacinação, que arrancou a 3 de outubro. Cerca de 20 por cento das pessoas que fazem parte dos grupos de risco já foram imunizadas.
Cerca de um quarto das pessoas com idade mínima de 65 anos recorreu à vacinação, enquanto apenas 17,6 por cento dos doentes crónicos o fizeram. Percentagem menor só mesmo entre os profissionais de saúde.
Em declarações à agência Lusa, o imunologista Filipe Froes, num balanço à primeira semana de vacinação, mostrou-se “surpreendido” com a elevada procura por parte das pessoas com idades entre os 60 e os 64 anos.
Segundo Filipe Froes, só nos próximos dias será possível retirar conclusões mais concretas. Mas há um dado positivo a retirar: “Do total de pessoas vacinadas contra a gripe, 28 por cento foram-no pela primeira vez”.
