Os “resultados promissores” obtidos nos ensaios com dois profissionais de saúde infetados com Ébola, na Libéria, abrem a porta à homologação de uma vacina contra o vírus. No próximo mês, a Organização Mundial da Saúde vai realizar uma consulta para avaliar o potencial do tratamento.
Uma vacina experimental contra o vírus do Ébola apresentou “resultados promissores” em dois casos, ambos referentes a profissionais de saúde que ficaram infetados na Libéria, quando tentavam conter o surto.
As expetativas tornaram-se tão elevadas que a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) marcou uma consulta, em Genebra, para os dias 4 e 5 do próximo mês, na qual irá avaliar o potencial da vacina.
“Nos dias 4 e 5 de setembro, a OMS realizará uma consulta sobre terapias e potenciais vacinas do Ébola em Genebra”, salienta o comunicado hoje emitido por esta agência da ONU.
A mesma nota explica que “a consulta foi convocada para reunir conhecimentos sobre as terapias e vacinas experimentais mais promissoras e o seu papel na contenção do surto do Ébola na África ocidental”.
O comunicado da OMS, citando as autoridades de saúde da Libéria, salienta ainda que o estado de saúde de dois médicos e um enfermeiro tem evoluído depois de sujeitos a um tratamento experimental.
“O enfermeiro e um dos médicos estão a registar progressos. O quadro clínico do segundo médico é sério, mas registou ligeira melhoria”, refere a nota.
De entre os tratamentos experimentais, a vacina com o nome ZMapp tem sido a que regista um maior sucesso, ao ponto das encomendas estarem esgotadas, como reconheceu a OMS.
Depois dos bons resultados nos testes realizados em macacos, a ZMapp foi aplicada a dois norte-americanos infetados com o Ébola. São estes resultados que vão ser analisados com maior atenção durante a reunião da OMS.
No encontro devem participar mais de 20 especialistas que têm tentado conter a epidemia na África ocidental, assim como cerca de 100 peritos de saúde mundiais.
Para além das questões clínicas, os participantes vão também analisar aspetos éticas, legais e regulamentares.
Da reunião de 4 e 5 de Setembro pode sair um consenso para aprovar a passagem de uma vacina à fase de ensaios clínicos, acelerando o processo para que esteja apta a ser comercializada já no próximo ano.
Desde o início do surto, na Guiné-Conacri, o vírus espalhou-se por Libéria, Serra Leoa e Nigéria, transformando-se numa epidemia e provocando 1350 mortos desde o início do ano.