Economia

Utilização de canais digitais na banca muito inferior à adesão

Os clientes das instituições bancárias portuguesas fizeram em 2018 uma utilização dos canais digitais bastante inferior à adesão aos mesmos, segundo um relatório do Banco de Portugal hoje divulgado.

De acordo com o segundo questionário às instituições financeiras sobre a comercialização de produtos e serviços bancários nos canais digitais em 2018, “as taxas de utilização dos canais digitais pelos clientes continuam a ser muito inferiores às taxas de adesão” a esses canais.

De acordo com o documento hoje divulgado pelo supervisor financeiro, a percentagem de bancos que reportaram taxas de adesão a canais digitais superiores a 50 por cento dos clientes particulares foi de 58 por cento para o ‘online’ (através dos ‘sites’ dos bancos) e 35 por cento para as aplicações (‘apps’).

Já relativamente a taxas de utilização nos últimos três meses, no mesmo segmento, apenas 27 por cento dos particulares tinham utilizado serviços ‘online’ e 19 por cento as ‘apps’.

Relativamente a empresas, no ‘online’, os números são superiores aos dos particulares na taxa de adesão (75 por cento) e de utilização dos últimos três meses (54 por cento).

“As empresas utilizam mais o canal ‘online’ que os particulares”, adianta o Banco de Portugal, mas “recorrem menos a ‘apps'”.

As instituições consultadas pelo Banco de Portugal no questionário, que decorreu em 2018, expressaram ainda a estimativa de “crescimentos superiores a 50 por cento nos próximos dois anos, tanto na utilização do canal ‘online’, como do canal ‘mobile'”, tanto em clientes particulares como em empresas.

De acordo com o relatório do supervisor, as instituições financeiras “acreditam que os receios dos clientes com a segurança são o principal obstáculo à expansão dos canais digitais”.

“As preocupações dos clientes com a segurança foram identificadas por 74 por cento das instituições como um obstáculo à expansão dos canais digitais”, revela o BdP, ao passo que “o desconhecimento das novas tecnologias e a falta de literacia financeira” foram apontados por 66 por cento e 61 por cento das instituições, respetivamente.

O Banco de Portugal divulgou ainda que “em 25 por cento dos bancos já é possível abrir uma conta à ordem exclusivamente ‘online'”, e que no caso das aplicações móveis esse número ascendia a 32 por cento.

No que respeita à contratação de créditos, 56 por cento das instituições já ofereciam a possibilidade de obter um crédito pessoal, e 47 por cento um cartão de crédito, nos seus canais ‘online’, ao passo que nas aplicações esse número desce para “cerca de um quarto”.

O questionário do BdP às instituições financeiras indicou ainda que 66 por cento “recorria a cinco ou mais mecanismos de segurança em simultâneo” no final de 2018.

Para 87 por cento das instituições inquiridas, os ataques de ‘phishing’ (técnica de fraude ‘online’) foram considerados como “um dos riscos mais significativos na utilização dos canais digitais”, seguindo-se o ‘malware’ (‘software’ malicioso), com 61 por cento.

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