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Utentes da Via do Infante pedem correção de “erro crasso” de sete anos de portagens

A Comissão de Utentes da Via do Infante pediu hoje a correção do “erro crasso” que foi a introdução de portagens no Algarve, há sete anos, depois de PSD, CDS-PP e PS terem votado contra a sua abolição.

Envergando coletes amarelos, os vinte participantes no protesto distribuíram panfletos aos automobilistas que passavam na estrada situada frente a uma loja da empresa que faz a cobrança das portagens na Via do Infante (A22), exibindo cartazes onde se podia ler frases como “Obrigado Costa! Tens a mãos manchadas de sangue!”.

O porta-voz da Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI), o deputado João Vasconcelos (BE), referiu à Lusa que as portagens têm agravado a sinistralidade rodoviária e que, até 30 de novembro, registaram-se quase 9.890 acidentes em todo o Algarve, dos quais resultaram 37 mortos, mais dez do que no ano passado.

“Vamos chegar ao final do ano com mais de 10.000 acidentes no Algarve, pelo terceiro ano consecutivo, com muitos feridos graves e com muitos mortos”, principalmente na Estrada Nacional (EN) 125, que “não é uma alternativa credível”, tal como a ferrovia, que também “está em rutura”, disse.

Para João Vasconcelos, o PS e os outros partidos devem unir-se em torno da abolição das portagens no Algarve, que considerou um “erro crasso”, não só pela sinistralidade que causam ao empurrar os automobilistas para vias com menos condições, como porque custam muito ao erário público.

“Há deputados do PS e até do PSD que me vêm dizer: ‘tem razão, nós somos contra as portagens pelo prejuízo que causa ao Algarve’, mas quando chegam à Assembleia da República votam contra a eliminação de portagens. O que é que se passa aqui?”, questionou.

O deputado diz mesmo que as Parcerias Público Privadas (PPP) rodoviárias são “o maior crime económico, financeiro e social que se pratica no Algarve e no país”, uma vez que sai muito caro “ter concessionárias privadas a encher os bolsos às custas dos contribuintes”.

De acordo com João Vasconcelos, a concessionária da Via do Infante recebe por ano 70 milhões de euros, 40 milhões do Estado e 30 milhões das portagens, o que “é imoral e um crime”.

“São 1.500 milhões de euros que vão para as concessionárias do país, quando, segundo um estudo da Eurostat, o preço razoável a pagar seria 400 milhões, ou seja o Estado está a pagar mais 1.100 milhões do que aquilo que devia pagar”, concluiu.

Passam hoje sete anos desde que foi introduzida a cobrança de portagens na antiga Estrada Sem Custos (para o Utilizador Scut) que liga o Algarve de um extremo ao outro.

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