Nos EUA, um juiz tornou-se famoso por ter retirado a guarda de um bebé ao casal homossexual que avançou com um pedido de adoção. April Hoagland e Beckie Peirce alegam que o magistrado lhes disse que as crianças ficam “mais bem entregues” a um pai e uma mãe.
Desde 26 de julho que, por decisão do Supremo Tribunal, o casamento gay e as adoções são legais em todos os estados do país.
Mas no Utah, um estado tradicionalmente conservador, um juiz mandou retirar a guarda de um bebé que estava ao cuidado de um casal homossexual. April Hoagland e Beckie Peirce, que tinham avançado com o pedido de adoção, não se conformam com a decisão do magistrado.
“Nós amamos a criança e ela a nós, não fizemos nada de mal”, afirmou Beckier Peirce.
A criança, uma menina com 1 ano de idade, estava há três meses ao cuidado do casal, que teve de a entregar após a decisão do juiz do Tribunal de Menores.
Segundo April Hoagland, o magistrado terá justificado a retirada da guarda com “uma investigação segundo a qual as crianças estão melhores em casas heterossexuais”, embora sem apresentar esse estudo.
“Ele nunca pôs os pés na nossa casa, jamais passou tempo com a criança na nossa casa, pelo que não sabe nada sobre ela”, acrescentou Beckier Pierce.
O casal vai recorrer, alegando que um juiz não pode impor uma decisão baseada em crenças religiosas.
Mas a polémica está lançada. Troy Williams, diretor de uma organização de defesa dos direitos da comunidade LGBT, lembrou que “a mãe biológica do bebé e os serviços sociais apoiam a adoção” solicitada por Hoagland e Peirce.
“Nunca pensei que algo assim pudesse acontecer”, lamentou-se Beckier Peirce, mãe de duas crianças já adolescentes.
O Utah é considerado um dos estados mais conservadores dos EUA: mais da metade dos três milhões de habitantes são mórmons e rejeitam o casamento homossexual.
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