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UNITA questiona legalidade das eleições presidenciais de Angola

A reivindicação da “maioria qualificada” pelo MPLA levou a UNITA a questionar a veracidade dos números apresentados, insinuando que a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) pode estar a ser pressionada para cometer irregularidades na contagem dos votos.

Avançando com os números recolhidos pelo partido, disponibilizados ao jornal I, a UNITA refere que, estando contabilizadas 6150 atas eleitorais, é a segunda força mais votada, com 40,2 por cento dos votos, enquanto o MPLA lidera com 47,6 por cento.

Os números da UNITA são bem diferentes dos apresentados antes pelo MPLA, que reivindicou a “maioria qualificada” para João Lourenço, “o futuro Presidente da República”.

“Numa altura em que temos escrutinado acima de cinco milhões de eleitores, o MPLA pode garantir que tem a maioria qualificada assegurada”, garantiu João Martins, dirigente do MPLA.

“Nós pensamos não ser possível o MPLA conseguir a maioria como se diz”, contrapõe Adalberto da Costa Júnior, que assinou o comunicado enviado pela UNITA para o I: “Se se mantiver a tendência, a continuar assim, nós vamos nos aproximar. E fazemos votos que possamos mesmo ultrapassar”.

O mesmo dirigente da UNITA assegurou que esta é a força mais votada na capital, Luanda, com 42,48 por cento dos votos. O MPLA tem, nesta situação, 42,08 por cento.

As diferenças entre os números apresentados pelos dois partidos levam a UNITA a questionar a veracidade dos resultados quando ainda decorre a contagem dos votos.

“É estranho que a CNE tenha os centros de escrutínio fechados”, argumentou Adalberto da Costa Júnior: “Ao contrário do que anunciou e do que costuma ser, nem os mandatários, nem os comissários estão a ter acesso aos resultados do processamento da CNE. Não é normal, a CNE reuniu-se de emergência, não justificou tanto tempo de reunião e quando saiu o centro de escrutínio foi fechado, foi impedida a partilha de dados. Não ocorreu só em Luanda, os centros de escrutínio nas províncias também estão fechados”.

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