Economia

Unicer investe 100 milhões na reestruturação da empresa e aponta outros mercados

UnicerAntónio Pires de Lima, administrador da UNICER, anunciou o investimento de 100 milhões de euros em Portugal, 80 milhões dos quais na modernização da fábrica de Leça do Balio, Matosinhos, e 10 milhões no relançamento da marca Super Bock.

Mais investimento é o lema da empresa portuguesa que anunciou mais 100 milhões de euros para este ano. Desse valor, uma fatia considerável, de 80 milhões, vão para a modernização da fábrica onde está a sede da UNICER, sendo que os restantes 10 milhões servirão para o relançamento da marca Super Bock.

Em conferência de imprensa, Pires de Lima, administrador da empresa nacional, divulgou que as exportações da Unicer, que em 2011 registaram o melhor ano de sempre representando 30 por cento da faturação, já deverão superar as vendas em Portugal “daqui a dois ou três anos”.

António Pires de Lima baseou esta previsão na quebra que o mercado interno tem vindo a registar (sete por cento em 2011, antecipando-se novo recuo de 10 por cento este ano, para níveis de há 20 anos) e na forte aposta que a empresa tem vindo  a fazer na internacionalização.

“O ano 2011 foi extremamente difícil no mercado doméstico e esperamos que 2012 seja ainda mais”, afirmou, apontando este facto como responsável  pela quebra de sete milhões de euros, para 490 milhões, das vendas líquidas  totais da Unicer no ano passado e para o recuo do resultado líquido de 30  para 25 milhões de euros.

Ainda assim, o gestor considerou que estes foram “resultados positivos”,  destacando terem sido “muito ajudados pela trajetória internacional desenvolvida  há largos anos pela Unicer” e que se traduziu, em 2011, num aumento de 15  por cento em valor e de 10 por cento em volume (para 143 milhões de euros  e 212 milhões de litros) das exportações.

“Esta é uma alavanca que tem sido fundamental em tempos tão exigentes”, sustentou, destacando que a Super Bock “é a marca portuguesa de cervejas que mais vende em todo o mundo” e explicando que a aposta na internacionalização  da Unicer (cuja quota de mercado nas exportações de cerveja é de 75 por  cento) tem sobretudo passado por África e Europa.

“África é para onde estamos mais voltados, temos uma vocação africana  muitoforte, mas a partir de 2012 vamos dar um foco particular às Américas  (Brasil e EUA), onde estamos a reestruturar a nossa equipa de distribuição”, adiantou Pires de Lima.

No Brasil, o presidente da Unicer disse estar à procura de “um bom parceiro” para licenciar a marca.

Dos resultados de 2011, Pires de Lima destacou ainda a libertação de 40 milhões de euros de ‘cash flow’ e a continuação da redução da dívida, que baixou para os 190 milhões de euros (contra mais de 300 milhões de euros  há seis anos atrás).

“Esta gestão preservou a saúde financeira da empresa, que está numa  posição razoavelmente confortável para lidar com as situações de financiamento  com que vivem hoje as empresas e tem a possibilidade de garantir o seu financiamento  corrente e alguns projetos de investimento”, destacou.

A este propósito, o responsável financeiro da Unicer garantiu que a  cervejeira não tem tido “qualquer problema de financiamento”, tendo mesmo  “linhas de crédito aprovadas e disponíveis que excedem largamente o que  está a utilizar”.

De acordo com Pires de Lima, o ‘cash flow’ acumulado da Unicer entre  2006 e 2011 somou 300 milhões de euros (120 milhões dos quais canalizados  para redução da dívida, 120 milhões para pagamento de dividendos e 70 milhões  investidos na área do turismo), prevendo a empresa, nos próximos quatro  anos, “gerar 160 milhões de euros de fundos”.

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