Economia

União bancária: Parlamento Europeu contesta acordo feito pelos ministros

martin schulzparlamento eur bigA união bancária, aprovada pelos ministros das Finanças da União Europeia, não vai passar em Estrasburgo. O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, revela que o acordo alcançado não permite a tomada de decisões para se atuar de forma rápida e decisiva.

O acordo para a formalização de uma união bancária no seio da União Europeia (UE), alcançado pelos ministros das Finanças dos 28 na madrugada de ontem, não vai passar no Parlamento Europeu (PE). O presidente deste organismo, Martin Schulz, já revelou a opinião dominante em Estrasburgo: a fórmula da união bancária não permitirá atuar de forma rápida e decisiva.

Para Schulz, o acordo é mesmo “o maior erro” cometido “na resolução da crise” da dívida, uma vez que continua sem existir uma única instituição, independente de cada um dos países membros, capaz de atuar rapidamente para encerrar um banco em dificuldades e evitar a ‘contaminação’ aos restantes bancos europeus.

O acordo alcançado atribui ao Conselho de Ministros a decisão final sobre as intervenções em caso de crise nos bancos, o que o PE considera “muitíssimo preocupante” dada a “politização das decisões”, tanto mais que o papel da Comissão Europeia é quase nulo.

Elisa Ferreira, a eurodeputada portuguesa a quem compete o relatório com a tomada de posição do PE, acrescentou que o acordo da madrugada de ontem “contraria radicalmente as grandes posições” assumidas por Estrasburgo. O principal problema, argumentou, é que o novo fundo de resolução bancária, ao ser regulado por um acordo intergovernamental, deixa “os Estados mais pequenos com pouca influência” nas decisões mais críticas.

O compromisso alcançado pelos ministros das Finanças foi apresentado como o primeiro passo para a criação de um fundo de resgate comum e do mecanismo de resolução bancária. O acordo define um novo sistema para centralizar o controle de falência de credores da zona euro, capaz de combater as crises bancárias que despontarem.

“É preferível não ter nenhum acordo, por muito grave que seja não se concluir a legislação do mecanismo de resolução nesta legislatura, do que ter um acordo contrário ao espírito da união bancária”, alertou Elisa Ferreira, reforçando as preocupações enunciadas pelo presidente do PE.

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