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O que une Sócrates, Dilma e Lula? A “vingança política” da direita dos países

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A direita política não tem fronteiras, diz José Sócrates. O ex-primeiro-ministro alegou ser a vítima da “vingança” cá em Portugal, enquanto no Brasil a direita persegue Dilma e Lula. E sempre “a falsa acusação” de corrupção, a que “está na moda” em ambos os países.

Portugal e Brasil são países irmãos até na “vingança política” da direita, afirmou José Sócrates, numa entrevista a um jornal… espanhol, o El País.

Ao comentar a crescente pressão para o ‘impeachment’ (destituição) de Dilma, no Brasil, o ex-primeiro-ministro juntou-se no mesmo saco da Presidente brasileira e do antecessor, Lula da Silva: “Como no meu caso, houve uma detenção abusiva e querem julgamentos populares sem possibilidade de defesa”.

“O que está a ocorrer no Brasil é uma tentativa de destituição sem delito, sem fundamento constitucional. Condenar alguém sem direito a defesa acontece no Brasil e em Portugal”, argumentou Sócrates: “O ‘impeachment’ de Dilma Rouseff é uma vingança política da direita, que não aceita a derrota nas urnas”.

“Não basta fazer acusações, é preciso haver julgamento. Mas é curioso o paralelismo: como no meu caso, houve uma detenção abusiva e querem julgamentos populares sem possibilidade de defesa”, insistiu o antigo dirigente socialista, sobre o “golpe político da direita” que não pode “mobilizar os militares”.

E o que move a “direita” brasileira contra Dilma e Lula? “É impedir a candidatura de Lula à presidência de 2018, é utilizar a Justiça para condicionar eleições”, respondeu Sócrates. Tal como por cá, continuou: “O objectivo era impedir minha candidatura à presidência do país e que o PS não ganhasse as eleições. Conseguiram os dois”.

O ex-primeiro-ministro referiu-se ainda à estratégia “da moda”: as acusações de corrupção, ou melhor, a “falsa acusação”.

“A acusação de corrupção transformou-se no instrumento jurídico para a destruição política. Antes, para eliminar um político acusavam-no de atentar contra a segurança do Estado”, sublinhou: “O golpe de força moderno é a falsa acusação de corrupção. Não são necessários factos nem provas, basta acusar para que tenha o efeito de um assassinato político”.

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