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Uma mera convenção e uma falsidade a toda a prova

joaquim jorge cdpnatal 600Natal não é todos os dias, é um dia, porém para muitos é um dia especial, mas para outros esforçam-se para que seja mais um dia, absolutamente normal com as limitações de estar tudo fechado na noite de Natal e quase tudo no dia de Natal.

A tradição já não é o que era, de reunir a família na véspera e depois prolonga-se pelo dia de Natal até à noite.

Para as famílias que se dão bem, caso raro ou mentem, é bom, mas para as famílias que se dão mal é uma seca dos diabos estar-se por obrigação com gente que não se gosta ou já se teve uma questão mal resolvida.

Para quem não liga nada ao Natal é complicado sobreviver durante essa noite e dia de Natal, está tudo fechado. Parece que o mundo está todo virado para uma ritual imitacionista e para quem não o faz é mal visto.

Por mim preferia nesta data viajar, cear num hotel ou ficar entre quem mais gosto e gosta de mim ou entre amigos que já são poucos mas bons.

Esta data para mim é um castigo, todavia para a maioria das pessoas é um prazer e uma festa. Sendo fiel aos meus princípios de ligar sempre às pessoas e contactá-las, nesta data vou procurar ter um comportamento normal e não vou andar a enviar desenfreadamente SMS, e-mails ou telefonar a toda a gente e mais alguém.

Os de sempre podem contar comigo os outros desculpem mas não sou hipócrita. Esta data para mim é um martírio e parece que nunca mais passa. Nunca mais é dia 26 de Dezembro.

Acreditem, eu estava bem, era numa praia a gozar o Natal longe deste rebuliço, azáfama e em paz, longe mas feliz. Não me esqueceria dos meus verdadeiros amigos, não era preciso ter grande memória contam-se pelos dedos de uma mão.

Este ano talvez pela austeridade porventura não vai custar passar tanto o Natal, menos dinheiro, menos compras e gastos.

Hoje em dia perdeu-se a noção do que é a pobreza, mas ela parece que se está a instalar. Mas em relação à pobreza também temos muita gente pobre de espírito e é o que abunda mais em Portugal.

No Natal, parece que há um espírito de trégua e as pessoas ficam inundadas de bons sentimentos e bons desejos para os outros.

Desejam Bom Natal com alguma simpatia e benevolência, tudo isto é uma mera convenção e uma falsidade a toda a prova. Não deve haver nenhum país do Mundo em que a representação, hipocrisia e falsidade sejam maiores. Os portugueses são um povo em que se tem a mania de não se admirar nem respeitar ninguém, muito mais se forem portugueses.

Movem-se pela insatisfação e ressentimento em vez da felicidade e aprovação, temos um carácter geneticamente invejoso, tenebroso, malicioso, torcido e cruel, lamentavelmente.

Qualquer pessoa que se destaque é logo alvo de ataques furiosos sem nexo e sem razão aparente. Vivemos num país iconoclasta, em que o pior é ser-se notado e capaz, o melhor é não dar nas vistas, ainda mais por uma boa causa. Neste país é-se obrigado a ser-se normal, tutto sommato não se pode pensar, fazer nada e o melhor é ser-se medíocre.

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