Pesquisa indica que os alentejanos têm maior probabilidade de morte por doenças cardiovasculares, em comparação com a média nacional. O Estudo VIVA, da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, revela que um quarto dos portugueses tem grande probabilidade de morrer na próxima década. No Alentejo, a média é mais assustadora: um terço da população local.
Um estudo da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) revela que os alentejanos têm maior probabilidade de morrer de doenças cardiovasculares do que a restante população portuguesa. Num olhar à escala nacional, os riscos de morte atingem um em cada quatro cidadãos. Já numa visão restrita ao Alentejo, verifica-se que essa média é superior, atingindo um em cada três residentes.
O estudo, intitulado VIVA, apresentado nesta sexta-feira em Évora, avalia os riscos de morte por doença cardiovascular nos próximos 10 anos. Para a elaboração deste trabalho, a SPC avaliou cerca de 10 mil portugueses com idades superiores a 18 anos e residência em diferentes concelhos do país (44, no total).
O estudo, que tinha sido aflorado no 33.º Congresso Português de Cardiologia, em 2012, no Algarve, analisou os riscos cardiovasculares da população nacional, tendo como base os cuidados de saúde e os hábitos alimentares, bem como o sedentarismo, entre outros fatores.
A pesquisa deu outras indicações perturbadoras. Apenas 30 por cento dos adultos do grupo de risco elevado toma medicamentos de prevenção – como fármacos para controlar o colesterol por exemplo. As carências económicas poderão estar relacionadas com a ausência de cuidados, nesta população de risco.
A tensão arterial, o tabagismo, a diabetes, a obesidade abdominal e o sedentarismo são alguns dos principais potenciadores de problemas cardiovasculares, além do colesterol elevado – a doença silenciosa que não provoca dor.
Os problemas cardiovasculares são a principal causa de morte em Portugal. Destas, destaca-se a trombose, a formação de coágulos sanguíneos que congestionam veias e artérias, responsável pela morte de mais de 17 mil portugueses por ano