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UE não pode continuar silenciosa perante “desastre humanitário anunciado” em Idlib

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou hoje, perante o Parlamento Europeu, em Estrasburgo, que a Europa não pode permanecer silenciosa perante a “iminência de um desastre humanitário anunciado” em Idlib, na Síria.

“A Síria e (a província de) Idlib deve ser para todos nós causa de preocupação profunda e imediata. Não podemos permanecer silenciosos perante a iminência de um desastre humanitário, que é um desastre anunciado”, declarou o presidente do executivo comunitário, por ocasião do seu último discurso sobre o “Estado da União” Europeia.

Segundo Juncker, “o conflito sírio ilustra como a ordem internacional, da qual os europeus souberam beneficiar desde a II Guerra Mundial, está cada vez mais posta em causa”.

“No mundo de hoje, a Europa não pode continuar a dar como adquirido que os compromissos assumidos ontem serão ainda respeitados amanhã. As alianças de hoje provavelmente já não serão as alianças de amanhã”, advertiu.

Nesse sentido, sustentou, “o mundo de hoje precisa de uma Europa forte e unida, uma Europa que trabalhe em prol da paz, de acordos comerciais e de relações monetárias estáveis, mesmo que outros estejam muito inclinados a escolher as guerras comerciais e monetárias”, numa mensagem implicitamente dirigida a Washington.

“Não gosto desse unilateralismo sem respeito pelas expectativas dos outros. Permanecerei sempre um multilateralista convicto”, prosseguiu.

Defendendo que a Europa deve cada vez mais assumir o papel de um “ator global” na cena mundial, Jean-Claude Juncker afirmou que a UE deve dar-se conta de que é “uma potência politica, uma potência económica e por vezes uma potência militar”.

“Essa é a razão pela qual lancei, desde 2014 a União Europeia da Defesa, e é por isso que, nos próximos meses, a Comissão Europeia continuará a trabalhar para que o fundo europeu de defesa e a cooperação estruturada permanente no domínio da Defesa se tornem plenamente operacionais”, disse.

O presidente da Comissão fez questão de acrescentar “uma precisão importante”: “não iremos militarizar a UE. O que queremos é ser mais responsáveis e mais independentes, porque só uma Europa forte e unida pode proteger os nossos cidadãos, das ameaças internas e externas”.

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