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Ucrânia: Putin ‘antecipa’ guerra civil e assegura gás a Angela Merkel

vladimir putinputin merkelVladimir Putin, o Presidente da Rússia, esteve à conversa com Angela Merkel, a chanceler da Alemanha, e deixou um aviso e uma garantia. A Ucrânia está à beira da guerra civil, mas o abastecimento de gás à Europa não será interrompido. Dos EUA chegam novos alertas sobre sanções.

Vladimir Putin, acusado pelo Governo interino da Ucrânia de promover a instabilidade no território ucraniano, deixou um importante alerta durante uma conversa telefónica com a chanceler alemã, Angela Merkel.

“O Presidente da Rússia afirmou que a brusca escalada de conflito põe de fato o país”, a Ucrânia, “à beira da guerra civil”, salienta o comunicado emitido pelo Kremlin após o encontro telefónico entre Putin e Merkel.

A conversa entre as duas figuras não teve nada de inocente: numa altura em que os EUA voltam a ameaçar com o isolamento político da Rússia e uma aplicação de sanções económicas, Putin responde com o poder energético: grande parte da Europa, em especial o ‘motor’ (a Alemanha), depende do gás russo que vem por gasodutos que atravessam… a Ucrânia.

O Presidente russo garantiu à chanceler alemã que o abastecimento de gás à Europa não será posto em causa, mas alertou para os perigos de “uma gerra civil” na Ucrânia caso se mantenha “o rumo anticonstitucional de suprimir através da força os protestos” da população pró-russa, em maioria nas regiões do sudeste ucraniano.

A conversa telefónica, ontem à noite, surgiu no momento em que Alexander Turchinov, o Presidente interino ucraniano, anunciou o envio de forças militares para conter a rebelião separatista em algumas cidades do leste.

Na cidade de Kramatorsk terão ocorrido confrontos, em especial no aeroporto, dos quais terão resultado vários feridos entre as milícias armadas pró-russas.

No mesmo comunicado, o Kremlin destacou a necessidade dos principais líderes internacionais condenarem o uso da força por parte do Governo interino ucraniano e apostarem numa resolução diplomática do problema.

Com este ponto, a Rússia prepara o terreno para a intervenção nas negociações de amanhã, em Genebra (Suíça), nas quais estarão presentes diplomatas russos, da Ucrânia, dos EUA e da União Europeia.

Para além da conversa com Merkel, o Presidente russo esteve ainda ao telefone com Ban Ki-moon, o secretário-geral da ONU.

“Em particular, Putin ressaltou que a Rússia espera da ONU e da comunidade internacional uma firme condenação dessas ações anticonstitucionais”, revelou o Kremlin. 

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