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Tunísia: Líder de movimento da oposição abatido a tiro quando saía de casa

Chokri Belaid foi abatido com três balas, disparadas à queima-roupa por um homem que usava um manto tradicional, em lã, com um capuz pontiagudo. Citada pela rádio Mosaique, a esposa tinha dito que seriam apenas duas balas, informação entretanto corrigida pelas autoridades. Abdelmajid Belaid, irmão da vítima, responsabilizou o Ennahda pelo sucedido. Hamadi Jebali, o primeiro-ministro (ligado ao Ennahda), condenou publicamente o “ato de terrorismo”.

“É um ato criminoso, um ato de terrorismo, não apenas contra Belaid, mas contra toda a Tunísia. O povo tunisino não está habituado a este tipo de coisas, é uma viragem grave. O nosso dever, de todos, enquanto Governo e enquanto povo, é mostrar sabedoria e não cair na armadilha do criminoso, que visa mergulhar o país na desordem”, reforçou o governante.

O líder do Ennahda, Rached Ghannouchi, não precisou quem foram os autores do atentado, apenas salientando que os assassinos querem “um banho de sangue” no país, “mas não vão conseguir”. Ao contrário dos islamitas, vários partidos e sindicatos acusam as milícias pró-islamitas de estarem na origem deste caso, assim como de confrontos e ataques recentes contra opositores ou sedes partidárias e sindicais.

O crime fez milhares de pessoas concentrarem-se em frente ao Ministério do Interior, de acordo com a agência AFP. Em protesto, os tunisinos cantavam o hino ou gritavam palavras de ordem contra o Ennahda na avenida Habib Bourguiba, um dos locais emblemáticos da ‘primavera árabe’ na Tunísia.

Em Mezzouna, Gafsa, os escritórios do Ennahda foram atacados e incendiados. Noutras localidades, como Sidi Bouzid, Kasserine, Béja e Bizerte, houve manifestações de protesto a juntarem centenas de pessoas.

François Hollande, Presidente de França, condenou “com a maior firmeza” o assassínio, garantindo que Paris assiste com preocupação ao “aumento da violência política” na Tunísia. “Este homicídio priva a Tunísia de uma das vozes mais corajosas e mais livre”, reforçou a Presidência francesa, em comunicado.

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