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“Tudo tem de ser feito” para garantir meios de resposta, exige Marcelo

O Presidente da República defendeu hoje que “tudo tem de ser feito para proporcionar os meios de resposta” à pandemia de covid-19, elogiando o “espírito de unidade e cooperação” dos representantes dos profissionais da saúde e dos bombeiros.

Marcelo Rebelo de Sousa recebeu hoje à tarde, em audiências separadas, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, e a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins.

Questionado se partilha da confiança do primeiro-ministro de que não têm faltado nem vão faltar meios de combate ao vírus e de proteção dos profissionais de saúde, o chefe de Estado não deu uma resposta direta.

“Eu penso que o que o poder tem dito – o que eu tenho dito, penso que o primeiro-ministro também tem dito e a ministra da Saúde – é que tudo tem de ser feito para proporcionar os meios de resposta: mais ventiladores, mais cuidados intensivos, disponibilidade de camas e também mais equipamento de proteção”, afirmou.

O Presidente da República apontou que não se esperava que “fosse tão exigente a qualidade do equipamento necessário, nem a quantidade”, nem se antecipava que o período da pandemia em Portugal pudesse ser tão longo, o que representará “uma pressão acrescida” em termos de meios.

“O esforço que está a ser feito para diferir, achatar a curva, impedindo um pico rápido e intensíssimo e de dimensão que dificultaria a resposta do sistema de saúde, significa que o pico vai sendo adiado, vai deslizando”, avisou, alertando que tal pode “custar aos portugueses em termos de cansaço”.

Salientando que o combate ao novo coronavírus “é uma prova de resistência”, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que a necessidade de meios e equipamentos será “um esforço de todos os dias”.

“É bom que haja da parte dos responsáveis dos vários setores uma chamada de atenção”, realçou, elogiando o “espírito de unidade e cooperação” que encontrou nas audiências com as bastonárias de enfermeiros e farmacêuticos.

O Presidente da República considerou que esta unidade “não impede” que as representantes do setor chamem a atenção para a necessidade de “reforçar os meios e equipamento de proteção” e, no caso da Ordem dos Enfermeiros, de mais testes para estes profissionais, que contactam com muitos doentes assintomáticos.

Marcelo Rebelo de Sousa exprimiu ainda a sua gratidão aos bombeiros pela intervenção que têm tido nesta crise sanitária, apontando como exemplo o transporte hoje de utentes infetados de um lar em Vila Real, e chamou a atenção que poderão vir a enfrentar nos próximos meses um duplo desafio.

“Nós vamos contar com os bombeiros durante um processo longo e que eventualmente entra na de época de fogos. Pode exigir da parte dos bombeiros as duas atividades em simultâneo”, alertou.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25 mil.

Em Portugal, registaram-se 76 mortes, mais 16 do que na véspera (+26,7%), e 4.268 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 724 novos casos em relação a quinta-feira (+20,4%).

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

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