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Trump podia exigir regresso das empresas dos EUA da China e não o fez

O secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, assegurou hoje que o Presidente Donald Trump pode exigir às empresas norte-americanas para deixarem de negociar com a China, mas que “não o fez”.

Interrogado pela televisão Fox News à margem da cimeira do G7 em França, Mnuchin afirmou que Donald Trump podia ter pedido às empresas para abandonarem a China se declarasse uma emergência e recorresse à lei IEEPA (Lei dos Poderes em caso de Emergência Económica Internacional).

Furioso com um contra-ataque de Pequim na guerra comercial que conduz há mais de um ano, Trump prometeu na sexta-feira taxar a quase totalidade das importações da China até ao final do ano e pediu na rede social Twitter às empresas norte-americanas para “começarem imediatamente a procurar alternativas à China, incluindo repatriar as empresas e fabricar os produtos nos Estados Unidos”.

“Penso que o que ele disse foi ordenar às empresas para começarem a procurar [soluções] dado que estamos numa guerra comercial prolongada”, afirmou Mnuchin.

A lei evocada pelo secretário de Estado do Tesouro, aprovada em 1977, dá ao Presidente norte-americano a autoridade para regular um grande número de transações económicas depois de ter declarado um estado de emergência. O texto nunca foi usado num conflito comercial.

Os líderes europeus reforçaram junto de Donald Trump, desde a sua chegada no sábado a Biarritz para participar na cimeira das grandes potências industriais, que as guerras comerciais podem arruinar a economia mundial.

Em declarações à imprensa hoje de manhã, o Presidente dos Estados Unidos disse que os demais membros do G7 (França, Reino Unido, Alemanha, Itália, Canadá e Japão) não lhe pediram para parar a guerra comercial com a China, reconhecendo depois que tem “dúvidas sobre tudo” o que faz.

Trump insistiu na ideia de que o que a China fez aos Estados Unidos “é indigno”, por ganhar “centenas de milhar de milhões de dólares por ano” através do que considera serem práticas comerciais ilícitas e roubo de propriedade intelectual.

Ainda assim, reconheceu que tem algumas “dúvidas” sobre as suas decisões em relação à China, já que tem “dúvidas sobre tudo”, e apostou na continuação do diálogo com Pequim.

Posteriormente, a Casa Branca fez saber que as dúvidas expressas pelo chefe de Estado significavam simplesmente que ele se arrependia de não ter sido mais duro e não da guerra comercial.

“Ele foi questionado sobre se ‘gostaria de reconsiderar a escalada na guerra comercial com a China’. A sua resposta foi mal interpretada (…) O Presidente Trump respondeu positivamente pois lamenta não ter aumentado ainda mais as taxas alfandegárias”, declarou a sua porta-voz Stéphanie Grisham.

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