O Presidente dos EUA, Donald Trump, considerou hoje que um novo encerramento da administração federal (‘shutdown’) “depende dos democratas”, ao iniciar uma visita à fronteira com o México em plena campanha pela finalização da construção do muro.
“Depende dos democratas”, disse Trump aos jornalistas na Casa Branca antes da deslocação, ao ser interrogado sobre a eventualidade de um novo encerramento parcial da administração federal no final desta semana.
Na sexta-feira termina a legislação que disponibilizou temporariamente fundos ao Governo em finais de janeiro, que pôs termo a uma paralisação de 25 dias de numerosas atividades da administração devido ao desacordo em torno do financiamento do muro que Trump pretende construir na fronteira com o México.
Um comité do Congresso, que inclui representantes republicanos e democratas da Câmara dos Representantes e do Senado, negoceia há duas semanas para tentar um acordo sobre imigração adstrito ao novo orçamento e evitar a repetição da paralisia parcial.
Neste clima político, o republicano Trump deslocou-se hoje à cidade fronteiriça de El Paso (Texas) para promover o seu primeiro comício de 2019, enquanto o ex-congressista democrata Beto O’Rourke preparava uma sessão alternativa na mesma cidade e à mesma hora.
“Vamos a El Paso. Temos uma fila de gente muito grande que quer entrar. Disseram-me que a nossa concorrência também tem uma fila, mas é uma fila pequena, diminuta”, assegurou o Presidente.
Trump também criticou um plano dos democratas para limitar o número de camas que o Serviço de Imigração e Controlo de Alfândegas (ICE, na sigla em inglês) pode manter nos centros de detenção.
“Para além de não nos quererem dar dinheiro para o muro, também não nos querem dar espaço para deter assassinos, criminosos, narcotraficantes e traficantes de pessoas”, sentenciou Trump.
O Governo de Trump pediu em janeiro ao Congresso 4.200 milhões de dólares (3.708 milhões de euros) para apoiar a manutenção de 52.000 camas nos seus centros de detenção para imigrantes, um importante aumento face às 40.000 atuais.
Os democratas consideram que, com esse aumento, o ICE também tenta deter indocumentados sem registo criminal e querem usar as negociações para estabelecer um limite de 35.520 camas para o restante ano fiscal, incluindo um máximo de 16.500 para os detidos dentro dos EUA.
O subdiretor do ICE, Matt Albence, advertiu que a redução de verbas para os centros de detenção seria “extremamente danosa para a segurança pública do país”.
Em conferência de imprensa telefónica, Albence confirmou que o ICE mantém sob detenção “entre 20.000 e 22.000 indocumentados” capturados no interior do país, “a maioria com historial criminal”, e denunciou que um corte nas verbas obrigará o seu departamento a “libertar” alguns dos detidos.
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