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“Troika dividida” deve levar PS a rasgar acordo, defende Mário Soares

mario_soaresMário Soares, antigo Presidente da República e histórico do PS, considera que Seguro deve desvincular-se do acordo rubricado com a troika. O socialista justifica esta posição com o facto de “a austeridade não fazer sentido”. Por outro lado, sustenta Soares, Portugal rubricou aquele acordo num cenário económico que “chegou ao fim”.

Mário Soares considera que António José Seguro deve desvincular-se do acordo com a troika, rubricado pelo PS quando Sócrates era primeiro-ministro e líder do partido.

O histórico socialista, fundador do partido, defendeu numa entrevista ao jornal i que o cenário da economia mundial é diferente, que a austeridade não resolverá os problemas do país e que existe um ciclo que terminou.

“Esse é o caminho. A austeridade, tal como a definem, não tem sentido”, defende Mário Soares, que desvaloriza o facto de o Governo português rasgar um compromisso assumido, uma vez que “tudo evoluiu: o acordo da troika, a troika e o país”, sendo que Portugal deve defender os seus interesses.

Uma das evoluções que o antigo Presidente da República assinala é a própria divisão no seio da troika, com Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu a apontarem diferentes pontos de vista, no sentido da saída para a crise.

Mário Soares considera ainda que a troika pode “ir ao ar”, com estas divisões e que o cenário que se vive atualmente é de “pré-rutura”.

“O Fundo Monetário Internacional tem uma posição, o Banco Central Europeu tem outra, a Comissão Europeia apresenta outra. A troika está dividida”, diz Mário Soares, que olha os dirigentes europeus a caminhar no sentido da unanimidade de pensamento: a austeridade não vai resolver os problemas da economia europeia.

“Quase todos já perceberam que reduzir a União Europeia à austeridade e aos equilíbrios financeiros para favorecer os mercados – sem ter em conta a recessão económica e o desemprego avassalador que está a crescer – implica que a Europa vai de mal a pior”, sublinhou ainda Mário, nesta entrevista ao i.

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