Os pais das crianças vítimas de troca de medicamentos no Hospital Garcia de Orta chegaram a acordo com o hospital, que pagará uma indemnização para que seja retirada a queixa. O julgamento, que iria iniciar hoje, foi suspenso. Administração da unidade de saúde considera valor a pagar “justo”, mas o montante não foi divulgado.
A troca de fármacos ocorreu em junho de 2010. Uma médica e uma técnica de audiologia do Hospital Garcia de Orta (Almada) equivocaram-se e, em vez de um sedativo, ministraram em duas crianças um ácido, normalmente utilizado para curar pequenas hemorragias.
Este erro médico provocou queimaduras nas crianças, que tinham, à data dos acontecimentos, 18 meses e três anos e meio. Os pais apresentaram uma queixa-crime e as duas profissionais de saúde eram acusadas pelo Ministério Público por ofensa à integridade física por negligência e por ofensa à integridade física grave.
No dia em que, no Tribunal de Almada, se realizava uma sessão do julgamento, a audiência foi interrompida, tendo sido anunciado um acordo entre as partes, sem que se conheçam os valores envolvidos.
Em conferência de Imprensa, Daniel Ferro, líder do Conselho de Administração do Garcia de Orta, argumentou que o valor pago pelo hospital às famílias das crianças foi “justo”, de acordo com “este tipo de casos”. Deste modo, os pais desistiram da queixa-crime.
