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Triagem automatizada de retinopatia diabética pronta para uso clínico

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Os resultados preliminares de um estudo de validação holandês da análise automática de imagens da retina para a deteção da retinopatia diabética mostram que este é um método de rastreio preciso, com elevada especificidade e sensibilidade.

Os resultados foram apresentados durante o Congresso EASD Eye Complications 2015 em Turim, Itália. Este estudo de validação foi realizado numa clínica regular entre 627 pacientes com diabetes no Diabetes Care System West-Friesland.

Neste estudo de validação da gradação automatizada usando o sofisticado software IDx-DR foi comparada com a gradação por três peritos independentes em retina. A sensibilidade e a especificidade de acordo com a classificação₂ EURODIAB foram elevadas: 87 e 89 por cento, respetivamente.

“Os métodos atuais de triagem para retinopatia diabética estão a tornar-se muito caros devido ao aumento da prevalência de diabetes. Com base nestes resultados e na fácil aplicação na nossa prática clínica diária, estou convencido de que a deteção automatizada é um método seguro e de baixo custo, fornecendo um avanço na triagem da retinopatia diabética,” afirma o investigador principal Giel Nijpels, professor de do instituto EMGO (University Medical Centre Amsterdam).

A retinopatia diabética, uma complicação ocular comum de diabetes, ocorre quando os níveis de açúcar no sangue danificam a rede de minúsculos vasos sanguíneos que fornecem sangue à retina.

Todas as pessoas com diabetes estão em risco de desenvolver retinopatia diabética, mas um bom controlo dos níveis de açúcar no sangue, colesterol e pressão arterial minimizam este risco.

Após 10 anos de diabetes, 90 por cento dos pacientes tipo I terá algum estágio de retinopatia diabética, 67 por cento dos pacientes tipo 2 que não tomam insulina e 79 por cento dos pacientes com toma de insulina.

Quando não percebida ou não tratada, a retinopatia diabética pode causar perda de visão e, finalmente, a cegueira. A deteção precoce (rastreio), melhora a probabilidade de um tratamento eficaz, evitando a progressão da doença.

“No Reino Unido conseguimos mudar o padrão de cegueira relacionado com a diabetes. Nos últimos dez anos, a retinopatia diabética não é a principal causa de cegueira no Reino Unido,” afirma Tunde Peto, Chefe do Centro de Leitura, do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento, NIHR Centro de Investigação Biomédica em Moorfields Eye Hospital NHS Foundation Trust e UCL Institute of Ophthalmology.

Devido a uma crescente prevalência de diabetes, a deteção precoce da retinopatia diabética está a colocar uma pressão crescente sobre os recursos de saúde disponíveis em termos de custos e mão-de-obra.

“Os peritos tendem a levar cerca de 1,5 vezes mais tempo para declarar uma imagem na retina ‘normal’ em relação à decisão sobre um alto nível de anormalidade e pedir avaliação clínica. Cerca de dois terços das imagens no rastreio da retinopatia diabética são normais, é extremamente importante que o tempo para a avaliação humana seja usado eficientemente”, de acordo com Tunde Peto.

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