Cultura

Três romances de estreia que foram sucessos imediatos nas novidades livreiras de julho

Três romances de estreia que se tornaram sucessos imediatos – um brasileiro sobre a realidade das favelas, um norte-americano que é um “louvor à poesia silente da natureza” e um ‘thriller’ histórico sueco -, são algumas das novidades editoriais de julho.

“Lá, onde o Vento Chora” é o romance de estreia da bióloga naturalista de 70 anos Delia Owens, que, ao longo de quase dez anos, trabalhou na história de Kya, uma criança abandonada e deixada entregue a si mesma e à natureza, crescendo solitária, autossuficiente e excluída da sociedade.

Esta narrativa “dolorosamente bonita, plena de solidão”, “louvor à poesia silente da natureza”, transporta os leitores aos pantanais que cercam uma pequena cidade costeira da Carolina do Norte, em 1969, descreve a Porto Editora, responsável pelo lançamento em Portugal deste livro, cujos direitos para adaptação ao grande ecrã já foram comprados.

“O detalhe poético da vida natural” presente neste romance flui da experiência da autora, que passou grande parte da vida a trabalhar como bióloga, especializada na vida selvagem africana.

Outra surpresa literária é Geovani Martins, um autor brasileiro nascido e criado nas favelas brasileiras, que foi descoberto num festival literário e se tornou a grande sensação da nova literatura brasileira, afirma a Companhia das Letras, que lança agora em Portugal “O Sol na Cabeça”, cujo autor estará em outubro em Portugal, para participar no Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos.

Histórias que compõem a textura da vida diária nas favelas, onde cada dia é “modulado pelo vaivém do narcotráfico, pela ameaça constante da polícia e pelas limitações da pobreza, da violência e da discriminação”, mas também pelo “prazer dos banhos de mar, as brincadeiras de rua, a adrenalina das pinturas murais, os namoros fugazes”, revela a editora.

A Suma das Letras traz para Portugal o ‘thriller’ histórico “1973”, romance de estreia de Niklas Natt och Dag, que venceu o prémio Livro do Ano da Suécia e recebeu amplos elogios da critica literária, que o classificou como “notável” e o auspício de “um novo e delicado talento”.

Pela Cavalo de Ferro sai “Histórias de Cronópios e de Famas”, de Julio Cortázar, com nova tradução de Isabel Pettermann, considerada uma das invenções literárias mais iconográficas do autor argentino, que cunhou com esta obra os termos Cronópios e Famas, dando-lhes atributos e personalidade que extravasam o próprio universo do autor.

Esta edição é “enriquecida” com um prefácio de Italo Calvino e com “Histórias Inesperadas de Cronópios e de Famas”, recém-descobertas e não incluídas na edição original, destaca a editora.

Do mesmo autor, vão ser reeditadas, com novo design, “A Volta ao Dia em 80 Mundos” e “As Armas Secretas”.

A Quetzal traz um novo romance de José Luís Peixoto, com o titulo “Autobiografia”, assim como a “Ilíada para jovens”, numa adaptação de Frederico Lourenço.

A mesma chancela reedita ainda “O Comboio da Noite”, de Martin Amis, que já tinha sido publicado me Portugal há mais de 20 anos pela Teorema, e lança “Um Inverno, Sete Sepulturas”, de Christoffer Petersen, um policial nórdico passado na Gronelândia.

A Livros do Brasil relança, na Coleção Vampiro, “A Fera Tem de Morrer”, de Nicholas Blake (pseudónimo do poeta Cecil Day-Lewis), considerado um dos grandes romances da história da literatura de mistério, já várias vezes adaptado ao cinema.

Na Relógio d’Água vai ser editado um novo livro de Camille Paglia, “Provocações” (antologia), conhecida pelo seu feminismo heterodoxo e combativo, anti politicamente correto, que leva em conta os aspetos biológicos do ser humano, sem esquecer as dimensões sociais e culturais, nem cair no conservadorismo.

Outra antologia a ser lançada, desta vez de artigos e entrevistas de Carl Gustav Jung, é “Memórias, Sonhos, Reflexões”, um livro escrito quando, aos 81 anos, o psiquiatra e psicoterapeuta suíço decidiu contar a história da sua vida.

A Relógio d’Água vai ainda editar “A Balada do Medo”, de Norberto Morais, “Histórias Falsas”, de Gonçalo M. Tavares, “Pessoas Normais”, de Sally Rooney, “Casas de Vidro”, de Louise Penny, “Tudo no Seu Lugar”, uma das obras póstumas do neurologista e escritor Oliver Sacks, autor de “O Homem que Confundiu a Mulher com Um Chapéu”, “A Mesa dos Gatos Pingados”, de Michael Ondaatje, autor de “O Doente Inglês”, e “O Custo de Vida”, de Deborah Levy, livro em que a autora percorre os caminhos da independência da mulher, nos tempos de hoje.

“Istambul Istambul”, de Burhan Sönmez, é uma das novidades da Dom Quixote, uma história centrada em quatro homens encarcerados numa cela nos subterrâneos de Istambul e nas narrativas que partilham.

A mesma editora lança também mais um policial nórdico, “A Porta Oculta”, do norueguês Jorn Lier Horst, com tradução de João Reis, e reedita “A Casa da Rússia”, de John Le Carré, 30 anos após a sua publicação original .

A Bertrand vai publicar mais um livro de John Grisham, “A Vingança”, e “O Intruso”, de Stephen King.

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