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Três mortos e um bebé ferido na sequência de uma operação policial no Rio de Janeiro

Uma operação policial numa comunidade no Rio de Janeiro resultou na morte de três pessoas e um bebé com menos de dois anos foi ferido com uma bala durante a ação, declararam fontes oficiais na quarta-feira.

Entre os mortos está a mãe do bebé, Margareth Teixeira, de 17 anos, que passava pelo local no momento do confronto entre a polícia e os suspeitos de pertencerem a um grupo criminoso, tendo sido atingida por dez balas, enquanto carregava o seu filho de um ano e nove meses.

Segundo a Polícia Militar do Rio de Janeiro, o tiroteio, que decorreu na noite de terça-feira na comunidade Quarenta e Oito, na zona oeste do Rio de Janeiro, fez ainda outras duas vítimas mortais, suspeitos de terem disparado contra a polícia.

O bebé sofreu ferimentos ligeiros no pé e na cabeça e foi levado para um centro de saúde da região, onde permanece internado após ter passado por uma cirurgia.

A polícia informou que, após o confronto, apreendeu quatro armas, uma granada e transmissores de rádio, além de munições, acrescentando que irá analisar “a dinâmica do caso”.

Em menos de uma semana, Margareth Teixeira é a quarta pessoa a perder a vida devido a balas perdidas oriundas de ações armadas realizadas pela Polícia em várias favelas do Rio de Janeiro, que, na sua maioria, estão sob o controlo de narcotraficantes.

O caso da jovem mãe de 17 anos junta-se aos de Dyogo Costa, de 16 anos, que morreu quando estava a caminho de um treino de futebol, de Gabriel Pereira Alves, de 18 anos, baleado enquanto esperava o autocarro para ir para a escola, e Henrico de Menezes Júnior, que foi baleado enquanto se dirigia a uma oficina para consertar a sua moto.

A morte dos quatro jovens causou comoção e vários protestos em diferentes comunidades do Rio de Janeiro.

No entanto, só nas últimas 24 horas, pelo menos quinze pessoas morreram como resultado de confrontos policiais em todo o Estado do Rio de Janeiro.

Desde que assumiu o cargo em janeiro, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, alinhado com a política de segurança do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, adotou uma forte retórica de combate ao crime, baseada no uso da violência.

Após a entrada de Witzel no poder estadual, o número de pessoas mortas pela polícia aumentou significativamente em comparação com anos anteriores.

Nos primeiros cinco meses do seu mandato, 731 pessoas morreram em operações policiais, um aumento de 19,1 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com os últimos dados oficiais.

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