Um empresário britânico tentou ajudar um casal sem-abrigo, mas os três hotéis que contactou não permitiram a entrada dos hóspedes. James Robinson não desistiu e acabou por instalar o casal num hotel de luxo, o que lhe custou 850 euros por duas noites e alguns extras.

Num mundo onde o preconceito ainda reina, um homem de boa-vontade teve de pagar cerca de 850 euros para prestar um gesto solidário.

James Robinson, um empresário britânico de 34 anos, comoveu-se com a história de um casal sem-abrigo que conhecer por um acaso da vida, junto à porta de um restaurante em Cardiff, no País de Gales.

“Passei por eles numa noite em que saí com alguns amigos. Houve qualquer coisa que me levou a pensar que tinha de os ajudar. Voltei atrás e estive a conversar com eles”, recordou.

Disposto a ajudar, este homem de boa-vontade deslocou-se ao The Radisson Blu para pagar, antecipadamente, uma estadia ao casal.

Mas este hotel, ao saber que John (de 23 anos) e Anna (21) são sem-abrigo, recusou os clientes, apesar de James Robinson insistir que queria pagar tudo.

“Prontifiquei-me a deixar o meu cartão de crédito como garantia, mas nem assim aceitaram”, revelou.

O mesmo aconteceu quando o empresário tentou alojar o casal no The Park Plaza e no The Thistle Parc Hotel.

Incrédulo com as rejeições, James Robinson olhou para a solução mais improvável: um hotel de quatro estrelas da famosa cadeia Hilton.

Pois foi o hotel de luxo quem aceitou os clientes sem-abrigo, não levantando qualquer objeção.

John e Anna acabaram por passar duas noites no Hilton Hotel em Cardiff, beneficiando ainda de extras como a piscina com água aquecida, o salão de beleza e até o supermercado privativo.

James Robinson, que pagou uma conta a rondar as 600 libras (cerca de 850 euros), deixou-lhes ainda algum dinheiro para que o casal pudesse comprar alguma comida e roupas.

“No dia seguinte, calhei de passar por eles quando ia ter com uns amigos. Deram-me o abraço mais sentido que já recebi e contaram-me que cada um deles tomou dois banhos. Mas continuo a sofrer por saber que, em 2015, ainda há muita gente a dormir nas ruas”, concluiu o empresário.

O The Thistle e o Radisson Blu abriram cada qual um inquérito interno para apurar a recusa dos clientes, enquanto o porta-voz do Park Plaza explicou que “o check-in só pode ser feito quando o cliente tem um endereço válido”.