Nas Notícias

Três armas bizarras que falharam de forma espectacular

Bat-Bomb

Os avanços da ciência e da tecnologia permitem-nos hoje ter acesso a um número gigantesco de aparelhos e funcionalidades que até há bem pouco tempo atrás pareciam parte integrante dos livros, e filmes, de ficção científica. Ou seja, mudaram para sempre tudo aquilo que conhecemos. E uma das áreas que mais mudou foi a vertente militar, ou seja, os exércitos e tudo aquilo que os rodeia. Logo, por consequência as guerras também elas mudaram. Esta semana pretendo falar-vos de armas usadas por vários exércitos, mas estas não são armas convencionais. Todos os exemplos que tenho para vos descrever são delirantes e bizarros e todos, sem excepção, falharam miseravelmente. Vamos recuar no tempo e rir a bom rir com aquilo que hoje parece bastante óbvio mas que na altura para alguém era uma excelente ideia? Vamos a isso, ponham os cintos de segurança e acompanhem-me nesta autêntica montanha russa de emoções!

Antes de partirmos à aventura é necessário proceder a um aviso: as informações contidas em toda esta crónica foram extraídas do gigantesco, e por vezes matreiro, mundo da internet.

Como tal caso algum dado, alguma data ou algum facto não corresponda totalmente à verdade aqui ficam, por antecipação, as minhas desculpas.

1 – O Navio de Gelo

Recuemos até à Segunda Guerra Mundial para falar de uma arma que inexplicavelmente pareceu uma boa ideia. E como certamente sabem nesta era o aço e o alumínio eram indispensáveis para a construção de qualquer navio, o que naturalmente encarecia todo o processo. Como tal é perfeitamente compreensível que se de repente aparecesse um investidor corajoso, com uma ideia revolucionária, e muito mais económica, todos parassem para o ouvir, certo? Sim, certo, parece plausível e até sensato fazê-lo. Contudo a sensatez terminou no exacto momento em que Geoffrey Pyke (um investidor britânico) propôs ao Governo Britânico que o futuro eram navios feitos de…gelo. Quer dizer, parece óbvio que ninguém ia sequer querer ouvir a ideia até ao fim, certo? Errado. O Governo não só escutou a ideia até ao fim como decidiu apostar em força nesta descoberta milagrosa!

O conceito de Pyke era construir os navios utilizando uma mistura de água e madeira (para além do gelo, claro está). Mas só quando começou a construção de um modelo de 1000 toneladas em pleno Canadá é que os problemas começaram verdadeiramente a aparecer (claro que na teoria era tudo perfeito, já na prática…). E será que vocês conseguem adivinhar que tragédia lhes aconteceu? Exacto, acertaram em cheio: o navio começou a derreter.

Surpreendente não é? Quem diria que um navio feito essencialmente de gelo iria derreter?

Os engenheiros britânicos tentaram então remendar a situação introduzindo também algum aço na construção, na esperança de que assim a estrutura se tornasse mais segura. Quanto aço introduziram eles? Coisa pouca. Algo como dez mil toneladas.

E depois de um ano inteiro dedicados a este projecto e de milhares de libras investidas o Governo optou por descartar o navio feito de gelo. Para além do tempo e do dinheiro que foi investido há ainda a contabilizar o aço que foi utilizado (e não se esqueçam que o principal objectivo era criar algo igualmente eficaz contudo mais barato e que não usasse aço). Isto sim foi um projecto de sucesso hein?

2 – O Morcego Explosivo

Ainda durante a Segunda Guerra Mundial, mas desta vez nos Estados Unidos da América (EUA), houve uma outra ideia tão delirante que…foi levada em conta. Neste caso foi um cirurgião, Lytle Adams de seu nome, que contactou a Casa Branca para fornecer ao Governo Norte-Americano a sua ideia revolucionária: morcegos explosivos. Sim, leu bem…morcegos explosivos.

A ideia era tão simples quanto fora do comum: amarrar pequenas bombas a morcegos largando-as no local pretendido e assistindo à destruição a uma distância segura. E agora dizem vocês: “Mas isso é de loucos! Não há sequer a mínima hipótese de funcionar!”. Mas querem saber a verdade? A verdade é que esta ideia tinha um fundamento pois os morcegos conseguem voar com muito mais peso para além do seu próprio, claro está. Esta era portanto uma ideia supostamente vencedora: algo possível de concretizar e barato dado que os EUA possuem milhões de morcegos no seu território.

Franklin Roosevelt estava apaixonado pelo conceito e em 1942 deu o seu aval ao projecto.

Ele convenceu ainda Adams a abandonar a sua profissão e a juntar-se ao exército de modo a poder acompanhar todo o processo. No ano seguinte Adams e o exército partiram em busca dos morcegos (visto que sem eles não podiam mesmo avançar). Por sua vez Louis Fieser, o inventor do napalm, juntou-se posteriormente ao projecto aumentando assim a expectativa em torno do mesmo.

O plano era então pegar numas largas dezenas de morcegos (sendo que cada um continha uma caixa com explosivos por baixo de si) na cidade japonesa de Osaka e esperar que os novos melhores amigos do exército americano pousassem nos mais variados cantos e recantos da cidade, accionando nesse momento um temporizador que detonaria os explosivos.

Mas o plano nunca chegou sequer perto de ser concretizado. Isto porque durante os testes os morcegos conseguiram escapar do controlo do exército, espalhando-se pelas instalações onde se encontravam. Mas ainda não sabem a pior parte: os aparentemente inofensivos morcegos carregavam consigo os ditos explosivos e inadvertidamente detonaram-nos levando a que todas as instalações ardessem.

E a partir deste acontecimento tudo mudou: o exército colocou o projecto nas mãos da marinha, que por sua vez o colocou à responsabilidade dos Marines. Os Marines conseguiram levar a cabo com sucesso um teste, contudo durante todo este processo tinha passado demasiado tempo e entretanto os EUA já tinham em sua posse uma arma muito mais poderosa e letal. Sabem qual? A bomba atómica. Parecendo que não era um tudo-nada mais eficaz do que os morcegos.

3 – Balões de ar quente com explosivos

E se os norte-americanos pensaram em morcegos os japonesas pensaram em balões de ar quente em pleno ano de 1944. As tropas japonesas tinham como objectivo lançar nove mil balões sobre o oceano pacífico sendo que cada um deles teria preso a si uma esfera que continha 35 kilos de explosivos e 8 bombas de 15 kilos. Coisa pouca portanto.

{loadposition inline}O plano foi executado e todos os balões foram enviados para o oceano, existindo a esperança de que chegassem ao destino pretendido: os EUA! Escusado será dizer que seria o caos se de repente explodissem bombas em várias cidades norte-americanas, atingindo desde florestas e habitações, de empresas a espaços governamentais.

Felizmente o vendo ajudou a América e desviou da rota inicial praticamente todos os balões de ar quente. Apenas 389 chegaram aos Estados Unidos, contudo nenhum explodiu consoante o planeado. Apenas uma bomba (sim, uma das nove mil iniciais) explodiu com sucesso atingindo uma habitação e os seus ocupantes.

Desta forma aquilo que poderia ser uma jogada de mestre e uma vitória épica tornou-se motivo de chacota e numa derrota histórica. É caso para dizer que no jogo das bombas aéreas os EUA e o Japão terminaram empatados a zero.

Estes foram apenas três exemplos de armas que tinham tudo para ser geniais mas que foram apenas parvas. Muitos mais exemplos haverá, contudo esses vão ter de esperar por uma outra semana e uma nova crónica.

Boa semana.
Boas leituras.

Em destaque

Subir