Na Síria, a trégua pedida pela ONU durante os quatro dias do Id al-Ahda falhou. Houve combates de guerrilha urbana desde o primeiro dia e, hoje, entrou em força a aviação. A ONU admitiu o falhaço e apelou ao Conselho de Segurança para promover um verdadeiro cessar-fogo.

A festa do Id al-Ahda é uma das mais importantes da religião muçulmana, com o mediador da ONU e da Liga Árabe para o conflito na Síria, Lakhdar Brahimi, a pedir uma trégua durante os quatro dias da festividade. Contudo, desde sexta-feira que se têm registado combates de guerrilha urbana, em várias cidades, dos quais terão resultado mais de 400 mortos.

Hoje, o último dia da trégua, a aviação síria – a favor das forças do regime do Presidente Bashar al-Assad – levantou voo para dezenas de ataques às forças rebeldes. “Houve mais de 60 raides durante o dia pelo país, nomeadamente nas regiões de Damasco e de Idlib. Foi a utilização mais violenta de caças-bombardeiros desde que a aviação entrou em ação” no fim de julho, conforme relatou Rami Abdel Rahmane, presidente do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, citado pela AFP.

Para esta ONG, ligada à oposição, “o regime está a tentar ganhar terreno”, em especial onde “há combates em todas as regiões visadas por estes ataques aéreos”. Na capital, Damasco, foram registadas duas grandes explosões, uma das quais atingiu um autocarro, matando 11 pessoas. A televisão oficial culpa os “terroristas” pelo “atentado”, os ativistas locais alegam ter sido “mais um ataque aéreo das forças do regime”.

A ONU admitiu o falhanço da proposta de trégua, com secretário-geral Ban Ki-Moon a pedir ao Conselho de Segurança, bem como os vizinhos mais influentes na região, a promoverem um verdadeiro “cessar-fogo” na Síria. Ali ao lado, o primeiro-ministro do Qatar, Hamad Bin Jassum al-Thani, adiantou que o conflito já “não é uma guerra civil, mas uma guerra de extermínio contra o povo sírio”, citado pela Al-Jazira.