Perdas de 14,8 por cento no Metro de Lisboa, de 3,1 por cento no do Porto, de 15,1 por cento nas travessias do Tejo… A crise anda à boleia nos transportes públicos e nem o turismo escapa: o INE aponta para menos 42 mil estrangeiros transportados.
Os operadores públicos de transportes enfrentam uma queda generalizada no número de passageiros, com o Instituto Nacional de Estatística (INE) a referir que, só entre julho e setembro, houve menos 6,2 milhões de pessoas transportadas. No conjunto dos metropolitanos, CP e transportes fluviais, a média aponta para uma redução de 191 mil passageiros por dia.
A culpa, adianta o INE, é da crise. Desde 2010 que os aumentos das tarifas, o agravamento do IVA e o crescimento do desemprego têm conduzido os transportes públicos rumo à diminuição da procura. Só em setembro do ano passado, mês de regresso às aulas e ao trabalho para milhares de portugueses, a queda fora na ordem dos cinco por cento.
A redução atingiu em setembro deste anos os dois dígitos, com menos 11,1 por cento face a igual período de 2011. Em Lisboa, a procura diária caiu 14,8 por cento no Metro e 11,9 por cento nas travessias no Tejo, enquanto o Metro do Porto recuou apenas 3,1 por cento. Foi a exceção a um quadro em que também a CP levou menos passageiros, com uma redução de 13,2 por cento.
Segundo os dados do INE, houve menos 6,2 milhões de pessoas a recorrer aos transportes públicos durante o terceiro trimestre deste ano. Para dar uma ideia da dimensão, o Metro de Lisboa deixou de levar 500 mil passageiros por dia, passando de uma média de 505,7 mil para 445 mil pessoas.
A estatística demonstra ainda que a tendência engloba os estrangeiros que visitam Portugal: de acordo com o INE, a quebra é de 12,5 por cento face a setembro de 2011, com menos 42 mil estrangeiros transportados.